Artigos

100 Anos de Aldo Nunes

O amor incondicional pela terra natal: Florianópolis

 

Casa de Campo Hercilio Luz

A Diretoria de Patrimônio Cultural, o Ateliê de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis – ATECOR e o Museu de Artes de Santa Catarina – MASC, da Fundação Catarinense de Cultura, unem-se para homenagear Aldo Nunes no seu Centenário de Nascimento celebrado a 3 de junho de 2025, inaugurando uma exposição de seu acervo artístico depositado no ATECOR e na sua família que bem traduz o seu amor por Florianópolis, que ele tão bem conhecia.
Falar de Aldo Nunes e todo o seu perambular criativo pela Arte, desenhos, ilustrações e aquarelas, na Educação, respeitado professor de desenho e gestor do IEE e sua trajetória singular como especialista em Restauração de Bens Culturais Móveis, não é tarefa fácil.
Aldo Nunes escreveu as mais belas crônicas sobre a cultura insular e o desenvolvimento urbano de Florianópolis portando um caderno, um lápis e seu talento ímpar no desenho. Sim, entre penas e pincéis, Aldo Nunes deixou para o Amanhã o seu olhar sensível, ora embevecido e apaixonado, ora crítico e desapontado, testemunhando a transformação que a sua cidade, a sua ilha de Santa Catarina, sofria. No périplo diário por ruas e praças, registrava incansável na folha imaculada a paisagem urbana da provinciana Florianópolis que se apagava, e com ela a memória coletiva.
Homem inquieto e de vanguarda. Fez parte do Movimento de Arte Moderna de Santa Catarina, integrando o icônico Grupo Sul, foi ilustrador da Revista Sul – consolidando o diálogo plural entre arte e literatura que acontece desde sempre, ou desde a década de 40, do século XX.
Aldo Nunes, foi Diretor de Artes da Fundação Catarinense de Cultura (1982-1984) e criou o Ateliê de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis -ATECOR, sendo seu responsável desde a sua implantação em 1983 até 1995. Quarenta e dois anos depois, o ATECOR mantém uma pequena equipe qualificada e muito dedicada a proteger e salvaguardar o patrimônio artístico de Santa Catarina com fervor, tal qual idealizou seu criador.
Uma exposição que celebra o aniversário de 100 anos de ALDO NUNES carrega consigo a expressão de reconhecimento, de afeto e de gratidão manifesta por seus alunos, colegas, amigos e familiares. Traz também um bocadinho de saudade – aquele delicioso pungir de acerbo espinho, no dizer do poeta Almeida Garret.
Obrigada, Aldo Nunes!

Lélia Pereira Nunes
Diretora de Patrimônio Cultural/FCC

Sair da versão mobile