Engana-se, redondamente, quem imagina que Jorginho Mello está na expectativa de uma composição com o PSD.
Na verdade, ele está refazendo contatos dos mais variados para que, à luz da opinião pública, chegue a informação de que o PSD poderia vir a estar com ele. Evidentemente, essa movimentação acaba por dificultar a consolidação da pré-candidatura de João Rodrigues, prefeito reeleito de Chapecó.
Aliás, não só em relação ao PSD, mas em relação a todos os partidos. O governador vai direto nos dirigentes nacionais.
Até aqui, deu certo. Afinal de contas, o Republicanos está sob seu comando; o Podemos deixou o PSD e veio para seu projeto de reeleição; com a federação do PP com o União Brasil, tudo leva a crer que estarão em 2026 com Jorginho Mello.
Importante observar que Antônio Rueda e Ciro Nogueira estão alinhadíssimos no plano nacional. E seus representantes diretos aqui, respectivamente, o deputado federal Fábio Schiochet — que, inclusive, é tesoureiro da direção nacional — e o senador Esperidião Amin. Então, a convergência está muito bem encaminhada.
Guarda-chuva
Já tendo o Podemos, o governador pode atrair o PSDB, que também está conversando na direção de uma federação — uma questão de sobrevivência para todos os partidos. O MDB vai no mesmo caminho e alinha uma federação com o Republicanos que, em Santa Catarina, é controlado por Jorge Goetten e Juca Mello, irmão do governador.
Sobrevivência
Aí nós já estamos falando de MDB, que está no governo; de Republicanos, já fechado; e PP também instalado na administração estadual; de União Brasil, que vem ao natural; de Podemos, que já está na sua trincheira e poderá atrair o PSDB; além, é claro, do próprio PL. Ainda há o PDR, resultado da fusão do Patriota com o PTB — estes também na mesma composição. O Novo pode até adotar uma postura de neutralidade, mas não estará com João Rodrigues.
Quinteto
Os principais eleitores estão com Jorginho Mello — leia-se: o prefeito reeleito de Joinville, Adriano Silva, e o deputado federal Gilson Marques, além do próprio estadual Matheus Cadorin. Estes dois últimos também filiados ao Novo, sendo que Cadorin foi eleito por Adriano Silva. Resta quem para o PSD, que, aliás, não está inteiro?
PSD com PL
Topázio Silveira Neto e o secretário Paulinho Bornhausen estão fechados com Jorginho Mello. Assim como outros prefeitos pessedistas, que igualmente já bateram o martelo nas conversas de bastidores.
Olho no olho
Afinal de contas, Jorginho Mello despachou com todos os 295 mandatários municipais nessa segunda edição do programa Santa Catarina Levada a Sério. Daí pergunta-se: mas então, para que ele esteve com Kassab na terça-feira passada? Para dar uma tumultuada na área.
Dificuldades
Para passar a imagem de que talvez ainda o PSD possa estar com ele. João Rodrigues administra a sexta maior cidade do estado. Sexta. Adriano Silva pilota a primeira. Topázio Neto, a segunda. Egídio Ferrari, liberal, a terceira — que é Blumenau; a quinta, Itajaí, está sob o comando de Robison Coelho, também liberal. Este quarteto de alcaides está com Jorginho Mello. Com João Rodrigues, apenas Orvino de Ávila, que é prefeito de São José, a quarta cidade catarinense.
Capilaridade
Sem falar que o PL tem quase cem prefeitos, e deve ampliar essa base. Dispõe da máquina estadual nas mãos, além do apoio do próprio Jair Bolsonaro. Aonde vai encontrar espaço João Rodrigues?
Repeteco
Como fez no dia 22 de março, quando do aniversário de João Rodrigues e do lançamento de sua pré-candidatura, naquela oportunidade Jorginho instalou o governo, por dois dias — véspera e antevéspera — em Chapecó.
Dessa vez, no evento do PSD desta quinta-feira, supostamente com a presença de Gilberto Kassab, Jorginho Mello já aproveitou para, na terça-feira, ir a Jaguaruna e a Criciúma, cidade onde os pessedistas vão se reunir.
Minando
Ou seja, Jorginho não acredita que João Rodrigues poderá se constituir num adversário à altura, mas também não descuida: vai minando as suas bases.