É aguardada para qualquer momento, a partir desta terça-feira, a execução da pena do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes, que inclusive já visitou a Papuda, em Brasília. Tudo leva a crer que ele será encaminhado para o presídio, mas para ficar um, dois meses no máximo, para, na sequência, cumprir prisão domiciliar. É uma maneira de Moraes se vingar de Bolsonaro, que, quando presidente, o afrontou, atacou e espezinhou. Seria o tradicional troco. Claro que, com tudo isso se efetivando, resta saber qual será a reação — tanto do governo americano, com Donald Trump à frente, quanto da sociedade brasileira. Haverá comoção, haverá reação? O asfalto será eventual ou circunstancialmente ocupado? O colunista, particularmente, não acredita nessa possibilidade. Já com o julgamento e a condenação do ex-presidente a 27 anos, o silêncio foi absoluto.
Acuados
Hoje temos uma população amedrontada, diante das decisões prolatadas por esse cidadão, que merece o apoio de seus pares da primeira turma do Supremo. Em algumas oportunidades, ganhou respaldo da maioria dos colegas de plenário.
Sem sinal
Não se observa nenhuma perspectiva de movimento capaz de demonstrar solidariedade a Jair Bolsonaro. Com relação aos Estados Unidos, aí sim pode vir um recrudescimento de medidas em relação ao próprio Alexandre de Moraes ou ministros do Supremo. Nem vamos entrar na questão do tarifaço, mas o foco pode ser mais no sentido de sanções pontuais.
Expectativa
Em relação a Alexandre de Moraes, é colocar em prática as sanções aplicadas. Sim, porque todos sabemos que os bancos continuam operando normal e naturalmente com o ministro do Supremo. Está faltando aquela cartinha da Secretaria do Tesouro americano comunicando os bancos para o cumprimento.
Multas
Superada essa etapa, transcorrido um mês, não havendo o cumprimento, aí vêm aquelas multas bilionárias em dólar contra os bancos — como já aconteceu com várias instituições financeiras mundo afora.
Reflexos
Muito bem, e nessa situação de fechamento do ano, com a virada para 2026, nesse contexto de Bolsonaro preso — seja inicialmente na Papuda ou, no segundo momento, em prisão domiciliar — qual a influência que isso terá no pleito de outubro? Essa é a grande incógnita. As pesquisas mostram saturação em relação à polarização.
Esgotamento
O brasileiro não quer mais saber desse enfrentamento entre lulismo e bolsonarismo. A grande verdade é que existe fadiga de material. Lula mesmo está aí na ribalta política há mais de cinco décadas.
Estrada
Já como líder sindical tinha certo protagonismo. Bolsonaro está na estrada há uns 40 anos, mas com maior projeção mais recentemente. De modo que o Brasil deseja, a partir de 2026, caras novas. Essa é a grande verdade.
Claudicando
Com Bolsonaro imobilizado, a perspectiva da reeleição de Lula torna-se cada vez mais improvável. Não só porque ele é uma figurinha manjada e associada à corrupção, mas também porque o governo vai muito mal sob o aspecto econômico e está completamente perdido no que diz respeito à segurança pública — onde mais parece um parceiro da criminalidade do que efetivamente interessado em combatê-la.


