Neto também é presidente da Federação de Consórcios, Associações de Municípios e Municípios de Santa Catarina (FECAM) |
A Associação Comercial, Industrial, Agronegócio e Serviços de Chapecó (ACIC) recebeu, na última quinta-feira (07), a visita do prefeito de Florianópolis e presidente da Federação de Consórcios, Associações de Municípios e Municípios de Santa Catarina (FECAM), Topázio Neto. O propósito do encontro foi discutir as pautas locais. O presidente da entidade, Helon Rebelatto, e o diretor de ferrovias, Lenoir Broch, foram os anfitriões da reunião e apresentaram as bandeiras mais relevantes do setor para a região.
Rebelatto apresentou os principais gargalos de infraestrutura que afetam o desenvolvimento do Oeste de Santa Catarina. Entre os pontos abordados, estiveram a duplicação de rodovias, o abastecimento de água, o funcionamento do aeroporto local e a necessidade de investimentos na malha ferroviária.
Um dos temas mais urgentes mencionados foi a BR-282, especialmente no trecho entre Chapecó e o trevo do Irani. Segundo Rebelatto, essa parte da rodovia deveria estar duplicada, já que representa um corredor estratégico para o escoamento da produção. Também lembrou, os riscos à vida devido ao alto número de acidentes registrados nesse trecho.
Outro tema crítico, apontado como essencial, foi a crise hídrica e a necessidade de garantir segurança no abastecimento de água. O presidente da ACIC explicou sobre os projetos de captação de água que estão inconclusos e outros que podem ser revistos, como a proposta de captar água do Rio Uruguai.
Ainda foi discutida a necessidade de melhorias no aeroporto de Chapecó. Com cancelamentos frequentes devido à neblina e à limitação de infraestrutura, a ampliação da capacidade de embarque e estacionamento de aeronaves foi pontuada. Atualmente, o terminal de embarque está localizado próximo à pista e opera com apenas duas vagas para pernoite de aeronaves. Outras duas posições já foram construídas, mas ainda aguardam homologação da ANAC. Igualmente, há a demanda pela instalação do sistema de navegação ILS (Instrument Landing System), que poderia reduzir os cancelamentos em até 50%.
REFORMA TRIBUTÁRIA
“Um prefeito empreendedor que busca atrair empresas e gerar mais arrecadação verá pouco retorno direto, já que a arrecadação será redistribuída com base em critérios estaduais e nacionais”, afirmou o prefeito Topázio Neto.
Cidades como Florianópolis, cuja principal fonte de arrecadação é o ISS sobre o setor de tecnologia, responsável por R$ 13 bilhões em faturamento anual, podem ser diretamente prejudicadas. Atualmente, o município arrecada 2% sobre esse valor, mas com a mudança da tributação para o local de consumo, a capital catarinense poderá perder, segundo estimativas preliminares, cerca de R$ 100 milhões por ano.
A incerteza persiste, pois ainda não há dados concretos sobre como será feita a redistribuição. A adoção de uma nota fiscal padronizada nacionalmente para serviços permitirá rastrear com mais precisão onde são gerados e consumidos os serviços.
FERROVIAS
A mobilização em torno da ampliação da malha ferroviária no Sul do país também foi mencionada pelo diretor de ferrovias, Lenoir Broch. A ACIC, em parceria com outras sete entidades, lidera o Movimento Pró-Ferrovias.
O grupo financiou um estudo de viabilidade para estender a ferrovia que hoje conecta Maracaju (MS) a Cascavel (PR), propondo sua continuidade até Chapecó (SC) e, posteriormente, até Passo Fundo (RS). A iniciativa busca integrar a região ao eixo logístico que visa consolidar o Paraná como corredor de exportação, com foco nos portos de Paranaguá e Foz do Iguaçu, e até em possíveis conexões com o Chile.
A ferrovia é considerada estratégica, especialmente para o setor agroindustrial. “Santa Catarina consome cerca de 8 milhões de toneladas, mas produz apenas 2 milhões. Uma ferrovia eficiente reduziria custos e aumentaria a competitividade do Estado”, frisou Broch.