A federação já firmada entre o União Brasil e o PP, que formou o maior partido da Câmara, com 109 deputados, mexeu no tabuleiro político nacional.
E fará com que novas uniões partidárias ocorram já com vistas a 2026. É o instinto de sobrevivência dos políticos e suas legendas.
Após o anúncio do casamento de PP e União Brasil, o MDB e o Republicanos colocaram o pé no acelerador e estão bem próximos de acertar os ponteiros.
Cada sigla conta com 44 deputados federais. Unidos, terão 88 vagas no Legislativo
Federal, um número pra lá de expressivo.
Na mídia nacional, chegou a se especular que o Republicanos, do governador paulista Tarcísio de Freitas, debateu a possibilidade de fazer parte da super federação entre UB e PP. Também avaliaram unir-se ao Podemos e ao PSDB, outras duas legendas que devem se federar.
Mas, os sinais são cada vez mais claros na direção de uma união entre MDB e Republicanos.
Reflexos
Evidentemente, esta nova federação terá reflexos também nos estados. Em Santa Catarina, o MDB é muito maior do que o Republicanos, partido que tem dois deputados: um federal e um estadual.
Traz, no entanto, o apoio da Igreja Universal, o que interessa aos emedebistas, que não costumam penetrar neste segmento do eleitorado.
Proa
Pela força do MDB, é muito provável que o Manda Brasa vá pilotar a federação no estado, caso ela se concretize no âmbito nacional.
Alinhamento
Os discursos das principais líderes do MDB, de norte a sul, estão em sintonia: a federação é necessária por uma questão de sobrevivência. Simples assim.
Fator Tarcísio
Há outra perspectiva, ainda que remota, no horizonte. O governador paulista será cada vez mais estimulado a disputar a Presidência da República. É o único nome consistente da direita ante a inelegibilidade de Jair Bolsonaro.
E administra a locomotiva brasileira, o estado de São Paulo, fazendo uma gestão de ponta e destacando-se, também, por ser mais ponderado e moderado do que Bolsonaro.
Costuras
A federação MDB e Republicanos começou a ganhar corpo no mês passado depois de um encontro entre os presidentes Baleia Rossi (D) e Marcos Pereira. A ideia agradou as mais diversas alas do emedebismo justamente porque o partido vem perdendo protagonismo, embora ainda seja muito capilarizado, organizado e forte.
Elogios
O presidente estadual do MDB, Carlos Chiodini, tem recebido elogios por organizar encontros com lideranças regionais em Florianópolis todas as segundas à noite.
É uma forma de unir o partido e unificar o discurso. Mas tem gente que não está nem aí para o MDB. É o caso do deputado federal Rafael Pezenti, que não aparece nos eventos, ignorando olimpicamente o Manda Brasa.