O presidente do STF, Luis Roberto Barroso, é figurinha carimbada no quesito colocar-se em situações que, além de permitirem severos questionados sobre sua parcialidade, que é pública, passam longe do rito histórico de integrantes da Suprema Corte. No fim da matéria, alguns links poderão refrescar a memória do caro leitor sobre o comportamento, absolutamente fora do tom, do ministro.
O texto e as informações abaixo são do site Contrafatos
“Participações do presidente do Supremo reacendem críticas sobre imparcialidade e conflitos de interesse
Durante o mês de maio, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, participou de seis eventos patrocinados por empresas ou entidades com interesses diretos em processos em tramitação na Corte.
Entre os compromissos, destacam-se:
- Jantar beneficente na casa de Diego Barreto, CEO do iFood, onde Barroso foi filmado cantando “Garota de Ipanema” ao lado do anfitrião e da cantora Paula Lima. O evento visava arrecadar fundos para bolsas destinadas a candidatos negros e indígenas no Judiciário.
- Evento em Nova York patrocinado pela JBS, companhia controlada pelos irmãos Batista, cujo histórico de processos no STF é extenso, principalmente relacionados aos desdobramentos da operação Lava Jato. Wesley Batista, um dos donos da empresa, acompanhou o evento presencialmente.
- Encontros organizados pela Lide Brasil e pela revista Veja, nos quais estiveram presentes mais de 30 patrocinadores — ao menos dois deles com ações em análise no Supremo.
- Cerimônia na residência do advogado Fernando Cavalcanti, então vice-presidente do escritório Nelson Wilians Advogados, que representa dezenas de clientes em processos no STF, especialmente voltados à reversão de decisões trabalhistas.
- Evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), envolvida em aproximadamente 30 processos em tramitação na Corte.
- Em resposta às críticas, o Supremo Tribunal Federal alegou que o ministro mantém um diálogo aberto com diversos setores da sociedade — incluindo advogados, empresários, jornalistas e representantes de comunidades tradicionais — como parte da atuação institucional do tribunal.
- O próprio ministro Barroso defendeu suas participações públicas, afirmando que “o Brasil ainda carrega um preconceito contra a livre iniciativa e contra os empresários em geral”. Ele também rebateu críticas da imprensa, dizendo que foram feitas por “incultos” que desejam apenas “vender jornais”.
Especialistas apontam risco de desconfiança pública
Diversos juristas e analistas alertam que a frequência com que Barroso tem participado de eventos patrocinados por partes com ações no STF pode provocar uma erosão na percepção de imparcialidade da Corte. Embora juridicamente essas interações não configurem irregularidade, o ambiente de polarização política no país tem potencializado o impacto público desses gestos.
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