Notícias - Lateral

Braço do Norte sedia Painel do Campo Futuro na área de Pecuária de Leite

O primeiro painel do Projeto Campo Futuro voltado à pecuária de leite em Santa Catarina neste ano foi realizado na segunda-feira (26), no município de Braço do Norte. A iniciativa, promovida pelo Sistema CNA/Senar, contou com a parceria do Sistema Faesc/Senar, do Sindicato Rural de Braço do Norte e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).

O encontro contou com a participação de produtores rurais, representantes do Sistema Faesc/Senar, Sindicatos Rurais, técnicos da CNA e profissionais da região.

Durante o evento, o presidente do Sistema Faesc/Senar e vice-presidente de finanças da CNA, José Zeferino Pedrozo, destacou a relevância do projeto para o fortalecimento da cadeia produtiva do leite em Santa Catarina, que hoje é o quarto maior produtor. Segundo ele, o Campo Futuro contribui de forma decisiva para a geração de dados econômicos estratégicos, que auxiliam os produtores rurais na gestão das propriedades e na tomada de decisões. “Ao identificar os custos de produção das atividades leiteiras, o projeto oferece subsídios fundamentais para o desenvolvimento de políticas públicas com foco no desenvolvimento sustentável da pecuária leiteira, promovendo maior competitividade e rentabilidade no campo”.

O presidente do Sindicato Rural de Braço do Norte, Edemar Della Giustina, também realçou a importância do projeto Campo Futuro para o desenvolvimento da cadeia produtiva de leite.

SOBRE O PAINEL

O assessor técnico da CNA, Guilherme Souza Dias, destacou que a propriedade modal em Braço do Norte apresenta um bom nível tecnológico. A produção diária é de 700 litros de leite, obtida a partir da ordenha de animais da raça Jersey. O uso de inseminação artificial contribuiu para a melhoria dos indicadores de produtividade individual nos últimos anos.

“No levantamento anterior, a propriedade mantinha o mesmo tamanho de rebanho, porém com uma produção diária de 650 litros, evidenciando que os investimentos em melhoramento genético vêm gerando resultados positivos. A propriedade possui área total relativamente reduzida, com apenas 17 hectares. Essa limitação dificulta a produção de todo o volumoso necessário para a alimentação do rebanho, o que culmina na necessidade de aquisição de forma externa ao sistema produtivo”, explicou Dias.

A ponderação do rebanho, de acordo com o assessor técnico, esteve bem ajustada com índice de vacas em lactação em relação ao total de vacas em 85%. “Contudo, há oportunidade de melhoria quanto à proporção de vacas em lactação sobre o total do rebanho. Historicamente, as propriedades mais rentáveis do Projeto Campo Futuro registram esse índice em torno de 45%, enquanto a propriedade de Braço do Norte apresentou um percentual de aproximadamente 37%. Esse dado indica a necessidade de ajustes na estrutura do rebanho, com o objetivo de manter mais animais que geram receita em relação aos que geram apenas despesas”.

Do ponto de vista econômico, a receita obtida com a produção de leite foi suficiente para cobrir os custos operacionais efetivos — ou seja, os desembolsos diretos do produtor. No entanto, não alcançou o valor necessário para remunerar o pró-labore e cobrir a depreciação das benfeitorias, denotando novamente a necessidade de ajustes para possibilitar a renovação da infraestrutura no médio prazo. Além disso, a receita ficou 26,7% abaixo do custo total, o que inclui a remuneração do capital imobilizado na atividade.

Entretanto, conforme Dias, a atividade leiteira se mostrou mais rentável do que outras alternativas de uso da terra. “A margem bruta por área superou em quase três vezes o valor que seria obtido com arrendamento. Assim, os ajustes produtivos podem favorecer uma operação economicamente mais eficiente para a propriedade”.

Acesse os canais de comunicação do Sistema Faesc/Senar:

Posts relacionados

Georreferenciamento de imóveis rurais é destaque em palestra da FAESC

Redação

Levantados custos de produção na área de Pecuária de Leite em Chapecó

Redação

FAESC engajada na prorrogação do prazo de ratificação de imóveis em faixa de fronteira

Redação
Sair da versão mobile