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Campos Novos inicia debate sobre criação de uma área de incentivos fiscais na região do Contestado

Audiência pública da Comissão de Economia da Alesc discutiu proposta de criação de zona especial de benefícios fiscais para estimular o desenvolvimento regional

FOTO: Daniel Conzi/Agência AL

Debate sobre desenvolvimento regional

Assembleia Legislativa promoveu, na noite desta quinta-feira (23), uma audiência pública na Câmara de Vereadores de Campos Novos para debater a criação de uma área de incentivos fiscais federais na região do Contestado.

O evento integra um ciclo de consultas públicas promovidas pela Comissão de Economia, Ciência, Tecnologia e Inovação, com o objetivo de ouvir lideranças políticas, empresários e representantes da sociedade civil sobre o tema.

Na abertura, o deputado Matheus Cadorin (Novo), que preside a Comissão de Economia, explicou que a criação de uma área de incentivos fiscais impulsionaria o desenvolvimento da região, que historicamente apresenta indicadores sociais e econômicos abaixo da média estadual, em razão do conflito armado ocorrido entre os anos de 1912 e 1916.

“Em Santa Catarina, temos um Oeste desenvolvido, um Litoral desenvolvido e uma faixa no meio que segue em uma velocidade diferente, que tem um IDH [Índice de Desenvolvimento Humano] mais baixo e que tem um investimento privado mais baixo e, por consequência, menos infraestrutura. E tudo isso é decorrente do conflito histórico que foi a Guerra do Contestado.”

Proposta de modelo de incentivos

O modelo proposto para os municípios da região do Contestado seria semelhante ao aplicado para atender outras regiões do país, como a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), que inclui instrumentos de incentivos fiscais, priorização em programas federais e apoio à produção local. Por meio dele, argumentou o parlamentar, seria possível atrair investimentos, gerar novos empregos e impulsionar o desenvolvimento da área que se estende entre o Centro e o Norte de Santa Catarina.

“A Sudene contempla nove estados do Norte e Nordeste e parte do Sudeste do país, que recebem benefícios fiscais federais e incentivos. Então, se lá tem, nós queremos aqui esse mesmo benefício. Até porque, quando mandamos dinheiro para Brasília, volta muito pouco. E esse dinheiro que não volta é usado, inclusive, para compensar o benefício que é dado a essas regiões. Então, nada mais justo que a gente tenha isso aqui também.”

Ainda conforme o parlamentar, ao final das audiências — que também serão realizadas nos municípios de Videira, Porto União e Caçador —, a comissão irá elaborar um documento contendo a proposta e as considerações levantadas nos municípios e encaminhá-lo à bancada federal catarinense e ao governo federal.

Lideranças demonstram apoio à proposta

Presente à audiência, o presidente da Câmara Municipal de Campos Novos, vereador Darcy Rodrigo Pedroso, ressaltou que a proposta representa uma oportunidade para ampliar o desenvolvimento econômico do município, atualmente sustentado pela atividade agrícola.

“Se houvesse um incentivo maior, com certeza faria a diferença em nosso município e para a nossa população, principalmente para dar um suporte ao desenvolvimento do comércio e da indústria, tendo em vista que ocupamos uma posição estratégica no estado, sendo cortados por duas rodovias, a BR-282 e a BR-470.”

Já a prefeita de Brunópolis, Tânia Bortolini, vê na ideia apresentada pelo deputado Cadorin uma oportunidade para desenvolver a agricultura familiar no município, que conta com 2.450 habitantes.

“Nosso município é essencialmente agrícola. Há grandes produtores, mas nós precisamos desenvolver mais a pequena propriedade, favorecer a sucessão familiar, para que as pessoas possam permanecer no campo e ter condições de obter renda durante todo o ano. Então, nesse sentido, a isenção fiscal incentivaria a diversificação de novas culturas nas pequenas propriedades.”

Por sua vez, o gerente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) para o Meio-Oeste, Aloisio Vicente Salomon, destacou que a criação de um programa de incentivos fiscais na região ativaria o empreendedorismo local, favorecendo o desenvolvimento e a redução das desigualdades.

“Hoje a gente percebe essa carência no que se chama Corredor da 116, principalmente, onde nós temos municípios que ainda trazem esses resquícios da Guerra do Contestado. E essas medidas ajudam a resgatar essa dívida que nós temos com a comunidade e, principalmente, a impactar ações no sentido de melhoria. Então, essa é uma ação que consideramos muito pertinente nessa situação.”

Principais pontos da proposta

A proposta inicial prevê a criação, para a região do Contestado, de instrumentos de incentivos fiscais ou de uma zona especial de benefícios que contemple a priorização em programas públicos federais para o apoio à produção local e o desenvolvimento de setores como infraestrutura, cultura e turismo.

Os incentivos poderiam incluir a isenção ou redução de tributos federais ou estaduais, facilidades para instalação de empresas ou expansão industrial, e o alinhamento de políticas públicas para a redução de desigualdades regionais.

O debate em torno do tema também pretende avançar em questões como a viabilidade econômica e jurídica da área de incentivos, os municípios abrangidos, os tipos de benefícios fiscais a serem buscados e as contrapartidas exigidas.


Perguntas Frequentes

O que foi debatido em Campos Novos?
A criação de uma área de incentivos fiscais federais voltada ao desenvolvimento da região do Contestado, para reduzir desigualdades e estimular novos investimentos.

Quem propôs o debate?
O deputado Matheus Cadorin (Novo), presidente da Comissão de Economia, Ciência, Tecnologia e Inovação da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc).

Qual é o modelo de referência para a proposta?
A Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), que oferece benefícios fiscais e prioridade em programas federais para impulsionar o crescimento regional.

Quais benefícios a proposta busca gerar?
Geração de empregos, atração de investimentos, fortalecimento da agricultura familiar, estímulo ao empreendedorismo e apoio à infraestrutura e turismo locais.

Quais municípios estão envolvidos e o que ocorrerá depois das audiências?
As reuniões também acontecerão em Videira, Porto União e Caçador; depois será elaborado um documento com as propostas e encaminhado à bancada federal e ao governo federal.

Como acompanhar as próximas etapas?
As audiências e atividades podem ser acompanhadas pela TVAL, pela Agência AL e pelas redes oficiais da Assembleia Legislativa de Santa Catarina.


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