Ninguém aqui defende o presidente Lula. Não desceu do palanque desde que saiu da prisão e age como cabo eleitoral de si mesmo — até em questões internacionais, jogando gasolina em crises diplomáticas como a com os Estados Unidos e agora com Trump, ignorando as consequências tarifárias que podem vir para o Brasil. Tudo isso é verdade e precisa ser dito. Mas não por um governador.
Jorginho Mello erra feio ao entrar nessa disputa com ironia e deboche em nome do governo do Estado. Institucionalmente, isso é um tiro no pé. Um governador tem que ter maturidade política para entender que Santa Catarina depende da União em obras, repasses e investimentos. Esse tipo de mensagem, ainda que verdadeira, não ajuda em nada o nosso Estado. Pelo contrário: só acirra a briga política e fecha portas. O governador pode até pensar assim como cidadão, mas como chefe do Executivo catarinense, o dever dele é buscar convivência institucional.
O resultado? Ganha uns minutos de aplauso nas redes sociais e perde a oportunidade de agir como líder. Santa Catarina precisa de um governador que resolva problemas, não que crie mais um.
