A Mesa Diretora da Câmara de Florianópolis, pilotada pelo vereador João Cobalchini (MDB), terá que enfrentar, e explicar muito bem, aquilo que já está sendo chamado de “farra com o dinheiro do povo.” Explica-se. Somente nos últimos quatro meses (fevereiro, março, abril e maio), o Legislativo da Capital gastou R$ 423,5 mil com viagens institucionais. Várias delas para fora do país.
Neste período, as passagens aéreas bancadas com o dinheiro dos impostos custaram R$ 244.427,98. Com diárias, a Câmara de Florianópolis dispendeu R$ 179.158,00. Os destinos incluem cidades turísticas mundialmente conhecidas como Orlando, Washington e Lisboa.
A turma mais gaiata ali da Praça XV lembra que o cidadão florianopolitano paga uma das cargas tributárias mais altas do país.
E a transparência em torno destes gastos? Não se sabe exatamente que benefícios trouxeram à cidade. Fica por conta da imaginação de cada um.
Câmara ou Agência de Viagens?
Veja o ranking dos que mais gastaram com viagens:
Claudinei Marques (vereador) – R$ 24.935,26
- Destino: Orlando, EUA
- Evento: American Freedom 2025
- Duração: 8 diárias
- Valor da viagem: R$ 16.395,84
Rafael de Lima (agente público) – R$ 24.032,60
- Destino: Washington, EUA
- Evento: Brazilian Regional Markets – Nova York
- Duração: 7 diárias
- Valor da viagem: R$ 14.328,72
Adriano Analdino Flor (vereador) – R$ 19.112,92
- Destino: Orlando, EUA
- Evento: American Freedom 2025
- Duração: 8 diárias
- Valor da viagem: R$ 16.395,84
João Ricardo Padilha Santos (vereador) – R$ 18.870,58
- Destino: Lisboa, Portugal
- Evento: Missão de Observação das Eleições Parlamentares
- Duração: 6 diárias
- Valor da viagem: R$ 13.048,26
João Paulo Ferreira (Bericó) (vereador) – R$ 10.400,98
Com a palavra, a Mesa Diretora da Câmara de Vereadores da Capital. Eis alguns questionamentos que circulam na zaplândia e nos bastidores:
- Quais os critérios para aprovar essas viagens?
- Quais os impactos concretos desses eventos para a cidade?
- Onde estão os relatórios de prestação de contas?
- Quem está fiscalizando esse padrão de gastos?
A sensação é de que a estrutura legislativa está sendo usada para garantir conforto
pessoal e agenda externa, quando deveria estar voltada à representação do interesse
público.