Manchete

EDITORIAL: Legislando em causa própria!

A Câmara dos Deputados continua aprontando das suas. Na proa, o sempre timoneiro Arthur Lira, o todo poderoso do Centrão. Registre-se que estamos falando de um político com uma extensa folha corrida junto à Polícia e ao Judiciário, repleta de antecedentes. O parlamentar alagoano é mais sujo do que pau de galinheiro.

Servia a Jair Bolsonaro. Agora serve a Lula da Silva na base da chantagem. Lira é insaciável. Está “negociando” a Presidência da Caixa Econômica Federal depois de ter apeado a catarinense Ana Moser, de Blumenau, do Ministério do Esporte e acomodou ali um deputado do PP ligado a ele. Aliás o novo ministro também era bolsonarista. Pediu votos ao ex-presidente na campanha do ano passado, agora já é Lula, fez o L!

Eis o “belo” retrato de uma Câmara com quinhentos e treze deputados. Já registramos aqui: salvam-se, quando muito, duas ou três dezenas de eleitos. Essa é a grande realidade.

A última que suas excelências aprontaram foi a tal minirreforma eleitoral. Aprovada a toque de caixa, no afogadilho, no apagar das luzes da semana passada, sem aviso prévio. Todos os envolvidos diretamente quietinhos votaram e aprovaram na velocidade da luz. Que maravilha.

Quando deputados e senadores querem aprovar algo do interesse deles, isso acontece numa celeridade surreal. Essa minirreforma eleitoral, se é que podemos classificar assim, suaviza punições e reduz a rigidez nas prestações de contas das campanhas.

Ela torna mais brandas a penalização a políticos com condenações de inelegibilidade; flexibiliza a cassação de candidaturas irregulares; reduz sanções a partidos com prestações de contas já rejeitadas e ameniza regras para a propaganda eleitoral, especialmente a online. Só alegria!

A se destacar, ainda, que para as novas regras terem validade já para as eleições municipais de 2024, as mudanças precisam passar por nova votação no Senado e serem sancionadas pelo presidente da República até 6 de outubro. Soma daqui, subtrai dali e temos três semanas para acompanhar os próximos lances desta ópera bufa; os próximos capítulos dessa novela que, como bem definiu o colega Paulo Alceu, “provoca nojo” e, acrestamos, ânsia de vômito.

E depois se fingem de doidos, não sabem por que a classe política anda tão desacreditada. A tal minirreforma também altera datas e prazos do calendário eleitoral, registro de candidaturas, realização das convenções e mais, mas isso não é o principal, não.

Ela também suavizou regras para prestação de contas nas campanhas eleitorais. Caso permaneça o texto que foi votado na Câmara, se um candidato não tiver movimentação financeira não será necessário prestar contas à Justiça Eleitoral (obviamente que isso não incentivará a prática criminosa do caixa 2. Evidente que não!) Também a disponibilização parcial dos dados acaba e os candidatos só terão que prestar contas depois das eleições.

O projeto prevê, ainda, sanções a partir de contas rejeitadas no segundo semestre de anos eleitorais. A falta da prestação de contas só implica na suspensão das novas cotas do fundo partidário. Atualmente, a legislação permite o bloqueio total do fundo partidário, ou seja, leniência atrás de leniência. É disso que trata a “minirreforma”. Tá tudo liberado.

É um processo que envergonha o brasileiro. Outro ponto polêmico se refere ao afrouxamento das normas para pagamento das empresas terceirizadas de panfletagem e assim por diante. Compra de aviões, embarcações, carrões, tudo é permitido.
Mas muito bem, como votou Santa Catarina e seus dezesseis deputados? Confira o placar catarinense:

foto> Lula Marques, Ag. Brasil, arquivo

Posts relacionados

Pressão por solução para o Morro dos Cavalos a partir das Câmaras de Vereadores

Redação

Presidente da Câmara de Blumenau manda moção de repúdio ao presidente Lula

Redação

Balneário Camboriú pode receber debate sobre Cassinos no Brasil

Redação
Sair da versão mobile