Blog do Prisco
Coluna do dia

Esquerda tenta se reinventar em SC

Os partidos de esquerda em Santa Catarina continuam apostando fortemente na alternativa chamada Paulo Bauer ao governo do Estado. Ele concorreria pelo PSB, ao qual ainda não está filiado. A ideia é enfrentar Jorginho Mello.
Décio Lima vislumbra a perspectiva de uma pulverização de candidaturas conservadoras ao Senado para ele buscar a segunda vaga, acabando com a hegemonia conservadora catarinense na Câmara Alta.
O problema é que o eleitorado catarinense tem demonstrado uma certa atenção ao fazer as suas opções de candidaturas, especialmente na majoritária. Senão, vejamos. Em 2014, Raimundo Colombo ganhou a reeleição do próprio Bauer por uma margem insignificante, apoiando também a recondução de Dilma Rousseff, do PT, que transferiu recursos volumosos para Santa Catarina, viabilizando inclusive um financiamento de R$ 10 bilhões.

Mais ou menos

Foi aquele apoio meio velado da parte do ex-governador, sem dividir palanque, mas, com elogios à então presidente da República, que conseguiu se reeleger, também na estica.

Fatura

Raimundo Colombo liquidou a fatura no primeiro round. Porque se ficasse para o segundo turno, seria atropelado com a onda Aécio Neves, registrada em Santa Catarina na disputa presidencial.

Gosto amargo

Nas duas disputas seguintes, o lageano perdeu o Senado. Isso depois de sete anos como governador, tendo sido reeleito no primeiro turno. Em 2018, não custa lembrar, havia duas vagas em disputa.

Retorno

A esta altura é preciso falar da figura de Dário Berger, que, agora está sendo especulado no sentido de voltar para o PSB para ser candidato ao Senado junto com Décio Lima, do PT, e Paulo Bauer ao governo.

Nada feito

Dário Berger já se abrigou no PSB para buscar a reeleição em 2022. Em 2014, Dário se elegeu pelo MDB. Ele já foi filiado ao PFL, ao PSDB e a outros partidos, mas, quando foi para um partido de esquerda, perdeu a reeleição.

Guinadas

Então, tivemos Raimundo Colombo primeiro, e o segundo caso, muito claro, é o de Dário Berger. Há quem pergunte porque Gelson Merisio, que foi candidato a governador em 2018 e foi para o segundo turno contra Carlos Moisés (e acabou derrotado de forma acachapante), não volta à atividade político-partidária-eleitoral?

Ideologia

Simplesmente porque, a exemplo de Colombo e Berger, também deu um cavalo-de-pau, mas não disputando a eleição.

Esquerda, volver

Como perdeu em 2018 e passou a integrar o Conselho da JBS, Merisio, a partir da soltura de Lula da Silva e a sua candidatura em 2022, se alinhou às esquerdas. Ele se filiou ao Solidariedade e articulou a chapa de Décio Lima.

Conversão

O ex-pefelista e pessedista, convertido ao socialismo, foi convidado para ser o vice do petista. Declinou. Muito espertamente, Merisio não será candidato a mais nada, porque também está registrado no caderninho do eleitor catarinense.

Replay

Então, Paulo Bauer, que foi vice-governador de Esperidião Amin, é um homem de direita; que foi candidato ao Senado junto com Luiz Henrique, do MDB, posicionado ao centro. O ex-tucano foi deputado estadual, federal, presidente do PDS em Santa Catarina e integrou a primeira metade do governo de Jair Bolsonaro em Brasília.

Ligações

Na Capital federal, Bauer fez parte do gabinete de Onyx Lorenzoni na Casa Civil. Depois dessas passagens todas, ele, que também foi do PFL e do PSDB, líder do tucanato no Senado, correria sério risco em buscar abrigo na trincheira esquerdista. Seguramente vai pensar duas vezes, porque tem situações pretéritas que mostram claramente que o catarinense não se deixa enganar por aqueles que acreditam serem mais espertos do que a esperteza.

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