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Estado gasta mais de R$ 28,8 milhões em lousas digitais que não podem ser usadas

Na quarta-feira (8) mais de 520 mil estudantes da rede estadual iniciaram o ano letivo de 2023. O que é motivo de alegria para milhares de famílias, também é razão de preocupação para muitas outras. Isso porque há muitas escolas em estado precário de infraestrutura, fruto do descaso de administrações passadas.

Um exemplo é Escola de Educação Básica Governador Pedro Ivo Figueiredo de Campos, que está em reforma desde 2021, obrigando os alunos a se deslocarem até uma estrutura anexa ao ginásio da Escola Estadual Ivo Silveira, no Centro de Palhoça. E enquanto que há escolas em que os alunos mal têm onde sentar, o almoxarifado da Secretaria de Estado da Educação, em São José, está cheio de equipamentos e produtos. As compras foram realizadas na gestão passada.

Somente em lousas digitais foram gastos R$ 28.834.430,98 em 3.759 unidades. Para a utilização das lousas são necessários outros equipamentos, como projetores. Neste caso, a Secretaria de Educação gastou mais R$ 7 milhões. No depósito hoje há à disposição 1.895 projetores, porque a empresa contratada não teve capacidade para entregar toda a encomenda. Isso significa que são 1864 lousas digitais que não podem ser utilizadas por falta de equipamento. Além disso, a grande maioria das escolas não tem rede elétrica com capacidade ou a tomada adaptada para receber tais aparelhos.

Além das lousas digitais, também foram gastos mais de R$ 16,4 milhões na compra de microcomputadores e R$ 5,4 milhões em 1.187 notebooks. Foram adquiridos ainda 3.842 computadores como material educacional para distribuição gratuita, ao custo de mais de R$ 15,7 milhões.

O caso foi levado à tribuna da Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (8) pelo deputado Repórter Sérgio Guimarães, que apresentou vídeos dos materiais e equipamentos em estoque. O deputado esteve na Secretaria de Estado da Educação onde conversou com os técnicos responsáveis. Um dos técnicos reconheceu a compra como exagerada, afirmando que primeiro deveria ter se investido na recuperação das escolas e ginásios, garantindo o conforto e segurança das crianças.

Em nenhum momento, o deputado Sérgio Guimarães critica a importância de se investir em equipamentos de ponta para a Educação. Mas neste caso, parece que é uma questão de prioridade. “O problema é que ao invés de primeiro investir no básico, o Governo resolveu gastar quase R$ 30 milhões em lousas digitais que não serão utilizadas em curto prazo. Os equipamentos não foram entregues para as escolas e estão parados no depósito, causando até um problema para a gestão atual que vai ter que equacionar essa questão da melhoria da rede elétrica”, afirma o parlamentar.

foto>Ag. Alesc, divulgação

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