O Fórum Empresarial Brasil–Itália, promovido pela Câmara Italiana de Comércio e Indústria de Santa Catarina em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), reuniu autoridades, empresários e representantes do Governo para debater o potencial de estabelecimento de novas parcerias comerciais entre organizações dos dois países. O encontro, parte das celebrações pelos 150 anos da presença italiana no Brasil, destacou a proximidade cultural entre catarinenses e italianos, fator que pode garantir ao estado papel de protagonista em intercâmbios futuros.
Presidente da Câmara de Comércio Exterior da FIESC, Maria Teresa Bustamante ressaltou que a entidade está próxima da Câmara Italiana e tem relações muito positivas com a Itália, país que recebeu uma missão de industriais catarinenses em 2023. Eugênia Berti, Cônsul da Itália em Curitiba, também destacou a proximidade entre os dois países e lembrou dos fortes laços culturais que unem brasileiros e italianos. Segundo ela, é preciso aproveitar esse relacionamento e gerar oportunidades que beneficiem os dois países.
A recente implementação do tarifaço sobre produtos brasileiros pelo governo norte-americano serviu de alerta para a importância de diversificação de mercados externos para as empresas brasileiras. Segundo o Presidente da CCIESC, Tullo Cavallazzi Filho, essa percepção reforça a importância de eventos como o Fórum. Prova disso, acrescentou, foi a presença de representantes de empresas de diversas partes do estado na plateia. “O comparecimento de executivos do Vale do Itajaí, do Sul, do Oeste, do Norte e da Grande Florianópolis mostra que o tema interessa a todos”.
Representando o governo estadual, o presidente da InvestSC, Renato Lacerda destacou a missão da agência em apoiar a internacionalização das empresas catarinenses. Ele apontou o potencial logístico do estado, que deve abrigar dois novos portos (além dos seis já em operação) em um período de dois anos e lembrou que o poder público tem feito investimentos importantes em estradas que vão melhorar o tráfego de mercadorias.
Logística também foi tema da fala do diretor de Indústria e Artesanato da região do Vêneto, Marco Geron. Ele destacou as oportunidades de investimentos na chamada Zona Logística Simplificada (ZLS) na região do Vêneto. Empresários que investirem na área podem ser beneficiados por incentivos fiscais e pela maior agilidade na análise de projetos. Segundo Geron, a região deve receber 2,4 bilhões de euros em investimentos privados nos próximos dez anos.
O potencial de negócios não se restringe a grandes corporações. Eva Micheli, que atua em projetos de internacionalização de empresas italianas, lembrou que é possível a organizações locais fazer o caminho inverso e chamou atenção para o potencial de empresas catarinenses de médio ou até pequeno porte, que podem ingressar no bilionário mercado Europeu a partir da Itália. Equipamentos para os setores de saúde, moda e têxtil podem ser competitivos.
Alexandre Leite, diretor técnico da Itaipu Parquetec, levantou outra discussão importante. Lembrou que países desenvolvidos enfrentam o desafio da descarbonização da geração de energia e destacou o potencial brasileiro para o setor. Ligado à Itaipú Binacional, o Parquetec tem mais de duas dezenas de pedidos de propriedade intelectual e desenvolve soluções focadas em aumento de eficiência e combate ao desperdício no setor elétrico. “A tecnologia não tem fronteiras e o Brasil pode contribuir de forma estratégica com outros países”.