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GAECO intensifica combate ao crime organizado e realiza 110 operações desde abril em 2025

Atuação ao longo do ano teve foco em facções criminosas, corrupção e desmantelamento do braço econômico de organizações criminosas em Santa Catarina. O Grupo Especial Anticorrupção (GEAC) também teve atuação relevante em operações.

O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) teve um ano de atuação intensa em 2025, marcado por operações em diferentes regiões de Santa Catarina. Desde abril, foram deflagradas 110 operações, resultado de investigações complexas voltadas ao enfrentamento do crime organizado em suas mais diversas frentes.

As ações tiveram como foco principal o combate às facções criminosas e, especialmente, o desmantelamento do braço econômico dessas organizações, atingindo estruturas financeiras utilizadas para lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio e financiamento de atividades ilícitas.

O Coordenador Estadual do GAECO, Promotor de Justiça Wilson Paulo Mendonça Neto, destacou o empenho das equipes ao longo do ano: “Em 2025, a força-tarefa GAECO em Santa Catarina consolidou uma atuação estratégica e integrada no combate às organizações criminosas. O foco principal foi o enfrentamento às facções criminosas, estruturas organizadas e hierarquizadas responsáveis pela criminalidade violenta e pelo domínio territorial em diversas regiões do país, com o objetivo de proteger o Estado de Santa Catarina da expansão desse fenômeno”, afirmou

“A atuação priorizou o viés econômico do crime organizado, por meio de investigações financeiras robustas, com destaque para medidas de sequestro de bens, confisco clássico e confisco alargado, visando à descapitalização das organizações criminosas. Paralelamente, houve o fortalecimento do uso de dados e da inteligência criminal, com atuação integrada e cooperação entre o Ministério Público e os órgãos de segurança pública. A Coordenação Estadual também investiu na capacitação contínua dos membros do Ministério Público e das forças policiais que compõem a força-tarefa, buscando maior celeridade e eficiência. Os resultados alcançados em 2025 evidenciam o comprometimento institucional do GAECO com uma atuação eficaz, coordenada e orientada a resultados no enfrentamento ao crime organizado em Santa Catarina”, finalizou o Promotor de Justiça.

Operações 

Entre as operações com maior repercussão em 2025 está a Operação Engrenagem. A operação teve o objetivo de desarticular uma organização criminosa atuante no tráfico de drogas no Estado de Santa Catarina. Foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão e o pedido de bloqueio de bens e valores no montante de R$ 27.520.149,04 (Relembre aqui).

Outro destaque foi a Operação Entre Lobos, deflagrada em julho. A operação investigou uma complexa organização criminosa que, de forma estruturada e reiterada, estaria praticando crimes de estelionato contra idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade, além da prática de organização criminosa, patrocínio infiel e lavagem de dinheiro. Catorze pessoas foram denunciadas por 215 estelionatos e organização criminosa (Relembre aqui).

A Operação Black Flow, deflagrada em Itapema, também figurou entre as principais ações do ano. A investigação revelou um esquema milionário de fraudes na construção civil, no qual uma organização criminosa utilizava Sociedades de Propósito Específico (SPEs) para vender imóveis sem registro de incorporação, desviando recursos dos compradores para empresas do grupo e contas pessoais dos investigados. Foram cumpridos 28 mandados de busca e apreensão e quatro prisões preventivas, com atuação em Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo. O esquema teria movimentado cerca de R$ 90 milhões, causando prejuízo a centenas de vítimas, o que confere à operação relevância pelo impacto social e econômico (Relembre aqui).

Outro destaque foi a Operação Intramuros, deflagrada em novembro. A operação teve início a partir da apreensão de aparelhos celular e cartas no interior de unidades prisionais, onde foram identificados indícios de práticas criminosas por organizações criminosas com ênfase no tráfico de drogas, homicídios e delitos correlatos. Foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão e oito de prisão preventiva. As ordens foram cumpridas em treze municípios, resultando ainda na lavratura de quatro autos de prisão e flagrante e na apreensão de entorpecentes, armas e dinheiro (Relembre aqui).

As investigações também abrangeram crimes relacionados à corrupção, ao mau uso de recursos públicos e a esquemas sofisticados de desvio de dinheiro. Um exemplo foi a Operação Carga Oca. A apuração identificou indícios de simulação de entregas de materiais, manipulação de documentos e pagamentos indevidos envolvendo empresas e agentes públicos. A ação resultou no cumprimento de 17 mandados de busca e apreensão e a apreensão de 50 mil dólares e 80 mil reais.  (Relembre aqui)

Resultados 

Os números refletem a dimensão do trabalho desenvolvido pelo GAECO ao longo do ano. Foram cumpridos 187 mandados de prisão, 879  mandados de busca e apreensão e 198 pessoas presas.

No âmbito patrimonial, as investigações levaram à apreensão e o pedido de bloqueio de mais de R$ 23 milhões, incluindo dinheiro em espécie, cheques e valores bloqueados judicialmente. Também foram apreendidos bens móveis avaliados em mais de R$ 6,5 milhões, além de 80 veículos.

A repressão ao braço armado das organizações criminosas resultou na apreensão de 62 armas de fogo e mais de 7 mil munições, retirando de circulação instrumentos utilizados na prática de crimes violentos.

CyberGAECO 

Das 110 operações realizadas desde abril, 19 envolveram o CyberGAECO. O CyberGAECO é uma força-tarefa especializada para identificar, buscar prevenir e reprimir infrações penais praticadas em ambientes virtuais. Entre os destaques está a operação Override, que juntamente com a Polícia Civil teve como objetivo combater fraudes eletrônicas efetuadas contra uma das gigantes plataformas de ecommerce.

GEAC 

O Grupo Especial Anticorrupção (GEAC) trabalha em conjunto com os Promotores e Procuradores de Justiça nas investigações e ações mais graves e complexas, cíveis e criminais, na área da moralidade administrativa, por delegação da Procuradora-Geral de Justiça, e nas demandas criminais contra Prefeitos Municipais.

O GEAC apresentou, até o início de dezembro de 2025, um volume expressivo de manifestações processuais. Ao todo, foram 367 documentos produzidos no período, envolvendo desde fases iniciais das investigações até a atuação em instâncias recursais. O GEAC atuou na esfera recursal, com a interposição de 65 recursos.

Fonte:
Coordenadoria de Comunicação Social do MPSC
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