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Marcelo Fett anuncia saída do cargo de secretário da Ciência, Tecnologia e Inovação após 2 anos e meio de gestão

Marcelo Fett anunciou nesta segunda-feira, 9, que pediu exoneração do cargo de secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação, que ocupava desde o início da gestão do governador Jorginho Mello. Em comunicado dirigido ao setor produtivo e ao ecossistema de inovação do Estado, o agora ex-secretário agradeceu a confiança do governador e afirmou que a decisão foi motivada para seguir novos desafios profissionais.

No comunicado, Fett destacou que, enquanto secretário, seu trabalho foi pautado em ações voltadas à valorização da inovação, à agregação de valor e do capital humano como pilares para o desenvolvimento econômico e social catarinense. Ele, que já dirigiu uma das maiores empresas de tecnologia do país vai voltar para a iniciativa privada, mas não abriu seu destino dando apenas uma pista de seu destino: “Preciso cumprir a quarentena exigida por normas de governança, compliance e acordo de confidencialidade”, afirma.

Além disso, o ex-secretário ressaltou que a promoção da integração entre o setor produtivo tradicional, especialmente a indústria, e os atores do ecossistema de tecnologia e inovação do estado foi um dos legados dos 30 meses à frente da pasta, destacando os mais de 100000 km viajados por Santa Catarina, buscando aproximar governo com a base econômica existente.

Entre os principais legados citados estão o investimento na Rede Catarinense de Centros de Inovação, por meio de finalização de obras e editais de fortalecimento dos centros de inovação; criação do SC Mais Inovação que trouxe investimentos em polos regionais de tecnologia e aproximação entre empresas, governo e setor de inovação e tecnologia. Fett destacou, também, a modernização de mecanismos únicos no país para financiamento de startups por setores tradicionais da economia, como o PRODEC e o Pronampe. O ex secretário anunciou que vinha trabalhando na construção de programas que devem ser lançados em breve pelo Governo do Estado, como o SC Fácil, que traz a centralização dos serviços do Estado em app; o Sinal Bom, que pretende levar conectividade 5G em todas as regiões de Santa Catarina; além do SC Tech, programa de formação e capacitação de talentos na área de tecnologia.

Por fim, Fett demonstrou sua gratidão à entidades que foram parceiras durante seu trabalho como secretário de Estado, destacando a Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE), que teve papel fundamental em sua indicação ao cargo, além de agradecer a Fundação das Indústria do Estado de Santa Catarina (FIESC), a Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (FACISC), a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina (FECOMÉRCIO), ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE SC), a Associação Catarinense das Fundações Educacionais (ACAFE) e ao Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), entre outras personalidades e instituições que fizeram parte da gestão dele como secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Comunicado ao setor produtivo e ao ecossistema de inovação de SC

Agradecido pela confiança do governador Jorginho Mello, mas movido por novos desafios profissionais, venho por meio deste comunicado anunciar que pedi, nesta segunda-feira, 9 de junho, minha exoneração do cargo de Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação – SCTI, exercido desde o primeiro dia de gestão deste governo.

Neste período, motivado pela minha crença pessoal de que nosso Estado pode liderar a agenda nacional da agregação de valor, da inovação e do capital humano procurei cumprir com afinco e muita dedicação as orientações e o propósito do Governador para a construção de um novo futuro para Santa Catarina.

Movido pela crença de que boas políticas públicas não se constroem em gabinetes fechados ou sem diálogo com as pessoas que estão no dia a dia do ecossistema de inovação, tive como um dos focos da minha atuação a aproximação entre o setor produtivo tradicional, em especial à indústria, com os líderes e empreendedores do segmento de tecnologia e inovação.

Nestes dois anos e meio à frente da pasta, percorremos mais de 100.000 quilômetros construindo e levando a nova estratégia de inovação do Estado a partir da matriz econômica existente para todos os cantos de Santa Catarina. Conectando setor produtivo tradicional com o ecossistema de inovação catarinense. Conectando as demandas dos empreendedores com as políticas públicas. Tendo sempre o setor produtivo no centro desta estratégia.

Entregamos importantes políticas públicas já em operação como o PRONAMPE INOVAÇÃO (para financiamento das iniciativas empreendedoras inovadoras e juros e garantias subsidiados pelo Estado); reescrevemos o PRODEC para que as indústrias possam financiar seus investimentos em P&D&I a partir da postergação do ICMS fomentando a neoindustrialização e o desenvolvimento sustentável); por meio do SC + Inovação (parceria com Sistema ACAFE) contratamos 21 (vinte e um) agentes de atração de investimento alocados em todas as microrregionais de nosso Estado para auxiliar os empreendedores a acessarem as dezenas de diferentes fontes de fomento e financiamento a inovação disponíveis no Brasil. Hoje, Santa Catarina dispõe de mecanismos únicos no país para permitir que setores tradicionais da economia financiem startups e empreendedores inovadores possam acessar os recursos mais baratos existentes.

Neste período, conseguimos, enfim, entregar ao ecossistema as obras dos Centros de Inovação de Itajaí, Criciúma e Tubarão (obras que se arrastavam há mais de 10 anos).

Aliás, fortalecer a Rede Catarinense de Centros de Inovação – RCCI foi uma das nossas prioridades. A regulamentação da Rede que era uma demanda de anos do ecossistema foi redigida liderada por nós e resultou no Decreto n.869/2025, assinado pelo Governador Jorginho Mello, permitindo que outros 9 Centros de Inovação sejam incorporados a RCCI.

Além dos R$ 4 milhões investidos por meio do SC+Inovação, investimos mais R$ 4,6 milhões de reais em bolsistas para a RCCI e outros R$ 11 milhões de reais já foram autorizados pelo Governador e estão garantidos para investimento ainda este ano de 2025 na modernização da infraestrutura e equipamentos da rede de centros. Recursos estes que estavam parados desde 2014.

Ainda por meio do SC+Inovação, lançamos o Tratado da Inovação Catarinense permitindo que os 295 municípios catarinenses possuam um marco legal para a implantação de Parcerias Público-privadas para Cidades Inteligentes, Lei de Inovação, Lei do 5G, etc. Também destaco o trabalho feito para a manutenção do programa Entra21, que formou na 18ª edição em 2024 mais de 2.500 alunos, jovens e adultos, em todo o Estado.

Atuamos politicamente em Brasília, liderando a defesa dos interesses do setor de tecnologia na discussão da reforma tributária, mas com a solidão em nossos esforços, fomos vencidos com o aumento de 300% a mais na tributação do setor. Além disso, lideramos a busca pelo interesse dos mais diversos setores produtivos quando da suspensão dos financiamentos por parte da FINEP no início de 2025 (são mais de R$ 1 bilhão em projetos parados só em SC).

Por fim, deixamos prontos para lançamento pelo Governo do Estado importantes projetos para garantir um novo ciclo de desenvolvimento para Santa Catarina. Neste ponto, destaco ao menos 3 (três) programas de alto impacto e que estão prontos para serem lançados.

Primeiramente o maior programa de conectividade do Brasil que irá elevar a atual cobertura territorial de sinal 4G dos atuais 54% para cerca de 95%, com a implantação de cerca de 700 antenas de celular, priorizando os corredores de desenvolvimento econômico do estado (rodovias estaduais e federais) e regiões produtoras além da implantação de cerca de 10.000 quilômetros de fibra ótica para conectar mais de 300.000 pessoas que vivem em áreas rurais sem conexão.

Outro programa finalizado e só no aguardo do lançamento é o de formação de capital humano para o setor de tecnologia, uma demanda crescente (serão mais de 100.000 vagas em aberto até 2023) e um importante gargalo ao desenvolvimento de nosso Estado. Por meio deste programa que será executado em parceria entre a SCTI, a ACATE, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), o Instituto Eldorado e a Microsoft Corporation, serão impactados mais de 55 mil pessoas a partir dos 14 anos, que poderão cursar, de maneira gratuita, as trilhas de aprendizagem em competência que vão de linguagem de programação, dados e Inteligência Artificial passando por resiliência, trabalho em equipe, liderança, etc (softskills).

Também já aprovado pelo governador e pronto para ser implementado está o projeto SC Fácil que vai reunir, em uma única plataforma digital, mais de 95% dos serviços do Governo do Estado colocando Santa Catarina definitivamente na liderança da transformação digital em governo.

Encerro agradecendo imensamente à confiança da Diretoria e Conselho da ACATE (Associação Catarinense de Tecnologia) que avalizaram o meu nome para estar à frente da pasta criada no início de 2023.

Agradeço também à confiança e parceria de entidades como a FIESC (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina), FACISC (Federação das Associações Comerciais e Industriais de SC), FECOMERCIO (Federação de Comercio de Bens, Serviços e Turismo de SC), SEBRAE/SC e a ACAFE (Associação Catarinense das Fundações Educacionais), parceiras de primeira hora de projetos estratégicos implementados ao longo destes 30 meses.

Por fim, saio do Governo do Estado com o sentimento de gratidão e de dever cumprido como primeiro secretário desta importante pasta. Seguirei meu caminho, guiado por pensamentos como o do catarinense Miguel Abuhab, fundador da Datasul e da Neogrid — uma das raras pessoas no mundo a levar uma empresa do zero à abertura de capital na bolsa de valores, duas vezes e que uma vez ensinou: “Inovar é fazer hoje o que era impensável ontem e será indispensável amanhã!”.

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