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Menos empregos no Sul

Recuo na abertura de vagas com carteira assinada segue tendência observada também em Santa Catarina e no país

 

Depois de registrar mais contratações do que demissões no primeiro quadrimestre, o Sul do Estado teve em maio o primeiro saldo negativo do ano na geração de empregos formais. Durante o mês, ocorreram 505 desligamentos a mais que admissões na mesorregião.

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, mostram desaceleração em relação a abril, quando o saldo foi positivo em 1.471 vagas, e também a maio de 2024, mês em que 626 postos de trabalho foram aumentados na região, já considerados os ajustes.

O recuo segue uma tendência registrada tanto a nível estadual quanto nacional. O Brasil adicionou 148.992 vagas em maio, antes de 237.377 em abril – em maio de 2024 foram 139.557. Já em Santa Catarina, o saldo de maio ficou positivo em 366, diante de 9.087 empregos acrescentados em abril e 4.926 em maio de 2024.

“Apesar esse resultado pontual no Sul do Estado, é importante destacar que o acumulado do ano (janeiro a maio) permanece positivo, com a criação de 10.082 novas vagas formais, sinalizando um desempenho consistente na geração de empregos até o momento”, considera o economista Leonardo Alonso Rodrigues.

Junto com a também economista Alison Fiuza, Rodrigues elabora o Boletim do Emprego Formal, disponibilizado pela Associação Empresarial de Criciúma (Acic). A publicação completa, com dados e análises de especialistas, está disponível para consulta no site da entidade .

 

Construção civil apresenta maior retração

 

Na mesorregião, o setor da construção civil apresentou maior retração no mês (-564 vagas). “Isso pode ser reflexo direto dos impactos da taxa de juros elevados, que influencia diretamente os custos de financiamento e a execução de novos projetos. Ainda assim, até o momento essa queda não compromete o desempenho anual do setor”, afirma Fiuza.

Por outro lado, o desempenho dos serviços, único setor a obter resultado positivo no mês, com saldo de 432 novas vagas, foi puxado principalmente por segmentos ligados à saúde e à administração pública.

“Esses segmentos estão mais vinculados ao setor público e esse movimento podem indicar também um menor protagonismo da iniciativa privada para com a geração de empregos neste mês em específico, vinculados a um cenário macroeconômico mais desafiador”, aponta Rodrigues.

Ele ressalta que o comportamento de um único mês não permite conclusões definitivas. Porém, entende-se que o resultado de maio já pode estar relacionado ao ambiente econômico mais incerto no país, com juros elevados, pressão inflacionária e indefinições fiscais, fatores que já vinham sendo sinalizados nos últimos boletins como possíveis freios ao ritmo de geração de empregos.

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