Manchete

MPF não é a favor de novos testes de uso do acostamento da BR-101

Testes para o uso do acostamento como terceira faixa de rolamento foram realizados na Rodovia BR-101, no trecho entre os municípios de Barra Velha/SC e Porto Belo/SC

 

O Ministério Público Federal informa que, em reunião realizada ontem, 25/01/2024, nos autos do procedimento nº 1.33.001.000558/2023-83, com representantes da Polícia Rodoviária Federal, da ANTT e da Arteris Litoral Sul, manifestou-se contrariamente à realização de novo teste para o uso do acostamento como terceira faixa de rolamento da Rodovia BR-101 no trecho compreendido entre os municípios de Barra Velha/SC e Porto Belo/SC.

A posição foi adotada na referida reunião, realizada a fim de obter informações acerca dos resultados dos testes realizados em dezembro de 2023. Na ocasião, a Arteris Litoral Sul apresentou estudo técnico que concluiu pela existência de uma série de desvantagens da liberação de trechos do acostamento como terceira faixa de rolamento, quais sejam:

1) largura de acostamento insuficiente para faixa de rolamento;
2) acostamento não estruturado para receber as cargas do tráfego;
3) restrição  para  veículos  pesados, que compõem grande parte do volume de veículos existentes na região retro portuária;
4) manutenção contínua por falta de estrutura no acostamento;
5) falta de espaços para a circulação do tráfego de pedestres e ciclistas que atualmente utilizam o acostamento, onde não há marginal;
6) criação de pontos de conflito nas agulhas de incorporação da rodovia;
7) dificuldade operacional para deslocamento e atendimentos de Guinchos, Ambulâncias e Autoridades.

Já a Polícia Rodoviária Federal noticiou que ao menos dois acidentes foram causados diretamente pelos testes de uso do acostamento como terceira pista: um acidente envolvendo motociclista e outro envolvendo um automóvel.

Os gestores presentes na reunião também deixaram claro que os testes permitiram concluir que a utilização do acostamento como terceira faixa de rolamento na BR 101 no trecho em questão apenas seria viável em onze subtrechos de pequena extensão, sendo que o seu resultado seria praticamente insignificante no aumento da fluidez da rodovia, especialmente se considerado o incremento no risco de acidentes que a medida pode trazer.

Diante de todas as informações apresentadas, e ainda tendo em vista se tratar de medida contrária ao Código de Trânsito Brasileiro, o Ministério Público Federal, na pessoa da procuradora da República Rafaella Alberici, externou sua posição desfavorável à realização de novos testes para uso de acostamento na Rodovia BR-101 no trecho entre Barra Velha e Porto Belo, frisando que s segurança viária e a proteção da vida e da integridade física dos usuários da rodovia devem ser a prioridade número um para o poder público e para todos os agentes envolvidos na prestação de serviços públicos, devendo os seus esforços focarem na ampliação real da capacidade da rodovia e não em medidas paliativas sem resultados práticos comprovados.

Posts relacionados

Acordo permite continuidade do licenciamento pelo IMA da Marina da Beira-Mar Norte

Redação

Agro vence: Câmara aprova prorrogação da regularização fundiária com relatoria de Carol De Toni

Redação

FAESC engajada na prorrogação do prazo de ratificação de imóveis em faixa de fronteira

Redação
Sair da versão mobile