Blog do Prisco
Manchete

O regime se aprofunda

Alexandre de Moraes começou a executar as penas dos condenados do tal golpe de 8 de janeiro — golpe fictício, que nunca existiu. O que ele fez em relação a Jair Bolsonaro? Já se antecipou, no sábado, com aquela prisão preventiva que pegou todo mundo de surpresa. Ora, como não desejava que a transferência, durante a semana, provocasse algum tumulto ou contratempo, cedinho, no sábado pela manhã, a Polícia Federal já o levou para a carceragem. Em pleno feriadão. E lá o ex-presidente ficou. E lá vai continuar. Ou seja, tudo devidamente planejado, de maneira ardilosa, no contexto de uma atuação parcial, tendenciosa, capciosa. Esse é o Brasil do consórcio.

Alexandre também recolheu almirante, generais de quatro estrelas, todos para cumprir pena. Além dos brasileiros que já estão cumprindo, seja por ter colocado batom na estátua em frente ao Supremo Tribunal Federal, seja por serem velhinhas e grávidas com Bíblia e Rosário na mão. Esse povo investiu contra o Estado, e a intenção era promover um golpe. Claro, óbvio.

Alvo

Cumprida essa etapa, já se especula que o senador Flávio Bolsonaro, primogênito do ex-presidente e que virou seu porta-voz, será a próxima vítima de Alexandre de Moraes. Isso porque poderia estar surgindo como uma alternativa à Presidência da República.

Fora do jogo

Então, Alexandre de Moraes tem que começar a se preparar para torná-lo inelegível. Flávio e todas as candidaturas de direita que se apresentarem: Ronaldo Caiado, Romeu Zema, Ratinho Júnior, Eduardo Leite, e daí por diante. Porque, pelo visto, querem ganhar por W.O. Não tem que ter disputa, tem que simplesmente proclamar Lula como reeleito. Viva o Brasil!

Tendencioso

Aliás, em 2022, como presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre conduziu as eleições como sabemos: Lula da Silva podia tudo, Bolsonaro não podia nada. Lula foi tirado da prisão pelo Supremo justamente para derrotar aquele presidente que os enfrentou, que não se sujeitou às arbitrariedades e caprichos.

Combalido

Jair Bolsonaro está fora de combate, evidentemente. Fora das eleições, fora da campanha. Mas ainda tem um eleitorado fiel, que vai exercer influência para colocar algum candidato de direita no segundo turno — se Alexandre de Moraes e o STF permitirem. O Congresso, como sempre, acovardado, nada fará, porque muitos de seus integrantes devem à Justiça.

Reféns

E ficam na mão das supremas togas, que os ameaçam em forma de chantagem, tirando da gaveta processos justamente para intimidá-los. E assim as coisas vão se sucedendo.

Corruptos

Na outra ponta, temos uma mídia adestrada, vendida, chapa-branca; e uma população abandonada, com medo de Alexandre de Moraes, que resolveu assumir o comando do país e colocar na prisão quem bem entendesse.

Armadilha

O Brasil hoje se encontra refém de uma ditadura de toga. O Executivo é apenas um puxadinho do Supremo Tribunal Federal. Lula da Silva não passa de um bedel, de um office-boy de Alexandre de Moraes ou do STF.

Recado

O próprio decano Gilmar Mendes, que lá atrás disse que Lula e o PT transformaram o governo numa cleptocracia, desviando bilhões de dólares, mudou de ideia e ajudou seus pares a recolocar Lula da Silva no jogo.

Do xilindró ao Planalto

A deidade vermelha não só foi descondenada, como libertada e teve seus direitos políticos restabelecidos. Os intocáveis do STF ajudaram, claro, a elegê-lo de maneira efetiva e substanciosa. Só que agora Gilmar já pensa diferente. Lula foi a salvação deles, mas bastou falar algo que desagradou, e o decano já mandou avisar.

Lembrete

O que Gilmar disse foi mais ou menos isso:

Não se esqueça que estava preso, não se esqueça que nós o tiramos da prisão e não se esqueça que o colocamos na Presidência da República.

Tudo na maior cara dura, de forma escancarada e descarada.

Turma

Esse é o Brasil: o Brasil de Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Flávio Dino e do Supremo Tribunal Federal. Eles dão as cartas. Enquanto Lula da Silva e seus ministros são obedientes e disciplinados, colaboradores desse STF, que está a sufocar a opinião pública.

Ladeira abaixo

Paralelamente a isso, um governo que perdeu completamente o controle da economia e que está levando o Brasil para o buraco. Mas calma. Tudo ainda vai piorar. E muito.

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