O prefeito de Florianópolis e presidente da Federação Catarinense de Municípios (FECAM), Topázio Neto, utilizou sua participação na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), em Belém (PA), para expor as ações da capital catarinense no enfrentamento das mudanças climáticas. O foco principal da apresentação foi o modelo municipal de gestão de resíduos, fundamental na estratégia de descarbonização da cidade.
Gestão de Resíduos: Redução de Metano e Impacto na Cadeia Produtiva
Florianópolis é destacada como capital modelo no desvio de resíduos do aterro sanitário, resultando em uma diminuição direta na emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE). A gestão de resíduos orgânicos, por exemplo, processados por meio da compostagem, impede que esse material gere metano (um gás com potencial de aquecimento global 25 vezes superior ao do CO2) em aterros. Ao evitar o depósito de grande parte do resíduo, a cidade mitiga a poluição local e contribui para o controle do aquecimento da atmosfera.
A gestão também incorpora a educação ambiental, que busca desestimular o consumo irresponsável. A redução na demanda exacerbada por produtos ou descarte imediato de materias de uso único, como os descartáveis, impacta a geração nas cadeias produtivas, diminuindo a emissão de gases poluentes envolvidas nas diferentes etapas da indústria.
Áreas Preservadas e Sequestro de Carbono
A estratégia de descarbonização de Florianópolis é reforçada pela conservação de suas áreas preservadas, que compreendem mais de 60% do território. O ecossistema, composto oor remanescentes da Mata Atlântica, restinga e manguezais funcionam como sumidouros de carbono, apresentando uma alta capacidade de sequestro de gases poluentes.
Neste processo biológico, a vegetação absorve o CO2 da atmosfera através da fotossíntese, contribuindo para neutralizar as emissões oriundas do uso de veículos e outras atividades emissoras, consolidando a vocação da cidade para uma economia de baixo carbono.
Iniciativas de Mobilidade
Outras medidas de descarbonização incluem o planejamento para substituição da frota de veículos em serviços públicos por modelos elétricos ou de menor emissão. Os novos ônibus do Consórcio Fênix, por exemplo, adotam o padrão Euro 6, que reduz as emissões na queima de combustível.
A participação na COP 30, culminando na entrega da “Carta de Santa Catarina” em nome da FECAM, enfatizou a importância de fortalecer os municípios como líderes e financiadores da transição climática.
