Blog do Prisco
Manchete

Revisão da isenção de compras até US$50 é passo tímido para equilibrar competição, diz FIESC

Na avaliação do setor produtivo, aprovação do projeto pela Câmara dos Deputados que taxa importações em 20% é insuficiente para manutenção de empregos

A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça-feira (28), o projeto de lei que revisa a isenção das compras internacionais de até US$ 50 em marketplaces. A medida, de acordo com a Federação das Indústrias de SC (FIESC) e entidades nacionais representativas do setor produtivo, como as confederações da Indústria (CNI), Comércio (CNC) e Agricultura (CNA), representa um passo bastante tímido na direção da isonomia tributária, ainda insuficiente para equilibrar a concorrência entre produtos brasileiros e importados.

Para o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, a manutenção da alíquota para bens importados menor do que o percentual de impostos pago pela indústria nacional consagra a desigualdade tributária e favorece a concorrência desleal. “Seguiremos empenhados na busca de regras que assegurem igualdade de condições, em prol da manutenção de empregos e renda no país”, afirma Aguiar.

Entre os setores mais afetados pelas importações de até US$ 50 estão os fabricantes e trabalhadores de produtos têxteis, de confecção, calçados, artefatos de couro, produtos de limpeza, cosméticos, perfumaria e higiene pessoal, móveis, entre outros. Em SC, o setor têxtil e do vestuário é o maior empregador da indústria, com 178,7 mil pessoas. 98% das empresas do setor são micro e pequenas indústrias. “Quem mais perde com a redução dos empregos nesses setores são as pessoas que ganham menos”, explica Aguiar.

Pesquisa do IPRI/FSB mostra que apenas 18% das pessoas que ganham até dois salários mínimos (R$ 2.824) fazem compras em sites internacionais ante 41% da parcela da população que ganha mais de cinco salários mínimos (R$ 7.060). Ou seja, as importações beneficiam os consumidores de renda mais alta.

Estimativas de empresários e trabalhadores apontam que as importações sem tributação federal levariam a indústria e o comércio nacionais a deixar de empregar 226 mil pessoas. Agora, com a nova tributação de 20% aprovada na Câmara, será necessário redimensionar o tamanho destas perdas.

O posicionamento em favor da isonomia tributária tem o apoio dos trabalhadores representados pelas Nova Central, Força Sindical, IndustriAll Brasil, Confederação Nacional de Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs), Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNMT), Central dos Sindicados Brasileiros (CSB) e União Geral dos Trabalhadores (UGT).

foto>Freepik

Posts relacionados

Conselhos mostram o poder transformador do Imposto de Renda em Jaraguá do Sul

Redação

Indústria de SC tem saldo positivo de 809 novos empregos em setembro

Redação

Programa social de SC formará mais de 700 jovens em cursos profissionalizantes

Redação
Sair da versão mobile