Deveras interessante, e reveladora, a entrevista concedida pelo prefeito de Chapecó, João Rodrigues, ao Grupo ND, esta semana.
Transpareceu, ao longo da manifestação do pessedista, que ele falou mais do PL do que do seu próprio partido.
Significa, claramente, que o alcaide oestino está mais preocupado com a estratégia, com os encaminhamentos liberais, pilotados pelo governador Jorginho Mello, do que com os rumos de sua legenda.
Se o PL esta rachado como afirma Rodrigues, o que dizer do PSD? Ele não tem o apoio do principal prefeito da sigla, Topázio Neto, que administra Florianópolis, o maior município sob a batuta do PSD no estado.
João Rodrigues também não falou sobre Raimundo Colombo, ex-governador de dois mandatos; ex-senador; ex-deputado federal, estadual e prefeito de Lages em três oportunidades. Se trata da principal liderança, em termos históricos e de resultado nas urnas, do PSD Barriga-Verde.
Ou seja, seria de bom alvitre o pré-candidato ao governo pessedista prestar mais atenção no seu partido, buscando a unidade do PSD e não focar apenas no principal rival, que é o PL.
Nesta mesma linha, curioso observar que João Rodrigues palpita fagueira e abertamente sobre possíveis nomes que vão compor com Jorginho Mello, como a possível candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado. E a chapa dele, Rodrigues? Quem são os nomes fora o ex-prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro?
As composições dos rivais não são da conta de João Rodrigues. Simples assim. Não por acaso, ele deixou escancarado que pode ir para a disputa com chapa pura. E tem que ir mesmo, porque não há nenhum partido ou nome de fora do arraial do PSD com ele até agora.
Clésio Salvaro é tido como possível candidato a vice. E os nomes ao Senado? Ante essa realidade, o prefeito de Chapecó soltou o seguinte: que o projeto dele representaria uma candidatura mais “ampliada” da direta. Como assim, cara-pálida? Quais os partidos de direita que estão na nau de Rodrigues?
Levanta a mão direita quem sabe de alguma legenda minimamente representativa que esteja rumando com João Rodrigues.
O União Brasil chegou a acenar com um namoro, mas hoje está mais para Jorginho Mello do que para João Rodrigues. Isso no contexto da federação com o PP.
Então, que candidatura é essa de direita “ampliada”? Soma daqui, subtrai dali e o resultado, neste exato momento, é que a candidatura do prefeito não se mantém de pé.
Fruto de uma estratégia política equivocada de se lançar ao governo antes mesmo de se reeleger à prefeitura de Chapecó, lá na metade do ano passado, quando ele já estava circulando pelo estado, imaginando que isso lhe daria visibilidade.
Até segunda ordem, João Rodrigues não tem o seu próprio partido inteiro no projeto. Significa que, nessa toada, não terá como sustentar a candidatura.
foto> arquivo, divulgação