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Raridade: “O Continente das Lagens”

Lages viveu um momento histórico com o relançamento da obra “O CONTINENTE DAS LAGENS” do saudoso autor lageano Licurgo Costa, nesta terça-feira, 12 de julho, às 19h30, no Espaço Cultural Aristiliano Ramos, na Praça João Costa. A cerimônia de relançamento foi para autoridades, convidados e imprensa.

A primeira edição do livro possui quatro volumes, e com a revisão, seu conteúdo foi compilado e transformou-se em dois volumes, de aproximadamente 690 páginas cada um. Em suma, a obra permaneceu com todo o seu conteúdo original, não havendo a retirada de nenhum trecho, passando apenas por alguns ajustes pontuais.

12 de julho é uma data emblemática, completam-se 20 anos da morte de Licurgo Costa (nascido em 1904 e faleceu em 2002). Licurgo Costa nasceu em 1904, na cidade de Lages, região serrana de Santa Catarina. Foi funcionário do Itamaraty, escritor, jornalista, advogado, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina e da Acadêmica Catarinense de Letras. Ele cresceu em um ambiente rural, rodeado por livros, inclusive literatura estrangeira, como a obra do português Eça de Queiroz. Recebeu uma escolarização em acordo com as aspirações dos jovens pertencentes às oligarquias da época. Como jornalista, viveu intensos episódios que marcaram o fim da Primeira República e o começo da Era Vargas.
O livro é uma importante fonte de pesquisa, de referência sobre a história de Lages. Agraciado de uma esplêndida memória, Licurgo Costa, retratou como ninguém os costumes de seu povo, sua hospitalidade e simplicidade, evidenciadas pelo seu modo de ser, de vestir, na roda do chimarrão, na lareira com fogo de nó de pinho, nas lidas campeiras e nos engraçados causos da vida interiorana.

Licurgo conviveu com pessoas expressivas nacional e internacionalmente, tanto do meio artístico quanto político. Foi um personagem sempre presente nas entrelinhas e linhas de articulações políticas, agente de interações sociais e culturais. Ao retornar às terras catarinenses, depois de peregrinar por quase todos os continentes, ele escreveu um continente, ou melhor, “O continente das Lagens: sua história e influência no sertão da terra firme” (1982)
A ampla abordagem dos temas presentes nesta obra, como também a organização de fontes históricas sobre a História de Lages e a Região Serrana de Santa Catarina, conferem ao livro O Continente das Lagens um valor patrimonial, já que se trata de uma obra única a respeito da História do Município de Lages, utilizada como referência para vários outros estudos sobre a História do município em questão e também como referência da administração portuguesa em terras brasileiras.
Uma obra à altura da sua importância e das suas tradições. Houve pioneiros, seria injusto omitir. Entre eles, além de outros, Vidal Ramos, Fernando Athayde, Otacílio Costa e alguns padres franciscanos, um dos quais menos estudioso do que personagem da história regional, o santo homem que se chamou Frei Rogério Neuhaus.

O continente das Lagens, toda a crônica da sua terra, fixada com o objetivado, com elegância, com inteligência, senso crítico, com precisão e riqueza de informações, com revelações baseadas em documentação farta e idônea, parcialmente inédita, fruto de pesquisas que realizou, inclusive em arquivos portugueses. Destaca-se ainda que a proposta pretende, além de valorar a publicação com nova acabamento visual e documental, convidar pesquisadores a revisitar a obra e os sentidos narrados na mesma, com um olhar apontando as contribuições para pesquisas contemporâneas, destacando as perspectivas históricas e historiográficas da obra.
Durante muitos anos, talvez pela proximidade que mantive com meu tio e padrinho Licurgo Ramos da Costa, Paulo Cesar da Costa (Costinha) foi questionado por amigos, conhecidos e mesmo pessoas que jamais tivera contato, sobre a importância da reedição do livro, O Continente das Lagens. A todos respondia, que fora um dos seus sonhos não realizados, mas que entendia, ser um compromisso a ser resgatado por tantos que compartilhavam do mesmo sentimento.
A oportunidade chegou quando em audiência com o então governador Raimundo Colombo, acompanhado das historiadoras Sara Nunes e Elisiana Trilha Castro, do Presidente da Fapesc, Sergio Gargioni, resolveu-se retomar os trabalhos do Projeto, somando forças a Fundação Cultural de Lages, que embora de forma precária, já os haviam iniciado.
Após mais de 4 anos entre idas e vindas, esforços notáveis de toda uma equipe, o trabalho está pronto, objetivo alcançado e seu lançamento fará parte das comemorações dos 255 anos da Fundação do Município de Lages. A obra enriquecida por uma série de comentários e análises de historiadores contemporâneos, revisada para adequá-la às regras ortográficas atuais, propiciará a todos os interessados, informações preciosas, que mostram através de uma narrativa inteligente, leve e abrangente, a evolução política, social, econômica, religiosa e cultural da Região Serrana.
O processo de reedição da obra iniciou em 2015 através do trabalho das professoras Sara Nunes e Elisiana Trilha Castro como resultado de uma proposta efetuada pela Prefeitura de Lages e Fundação Cultural com o propósito dos 250 anos da cidade. Na época, a professora Sara realizava seu doutorado na Universidade Federal de Santa Catarina e o seu tema de tese foi a constituição do livro “O Continente das Lagens”, de Licurgo Costa.
A participação dos pesquisadores dar-se-á por meio de um texto, com análises sobre capítulos selecionados onde deverão abordar a importância da obra de Licurgo Costa para as pesquisas históricas sobre Lages, Santa Catarina e o Brasil, com breve resumo de cada capítulo selecionado para sua análise, destacando questões sobre a pesquisa realizada pelo autor, dentre elas, as fontes utilizadas.Os historiadores e pesquisadores convidados, escolhidos a partir da relação de suas pesquisas com a obra de Licurgo, pertencem a diferentes universidades e instituições em Santa Catarina e fora do estado.

“Diferentes forças com muita resistência e resiliência. O significado que a obra tem para a região e no estado é gigantesco. Esse esforço coletivo reuniu diferentes pessoas sociais e políticas para que tudo acontecesse. Nós chamamos também uma grande equipe para digitar, diagramar, para dar a atualização gramatical sem comprometer as ideias do Licurgo. Professores e pesquisadores também foram lembrados para contribuir através de artigos, dada a magnitude e importância dessa obra. Transformamos os quatro volumes originais em dois grandes volumes com todo o zelo estético e ético que a obra merece”, diz a historiadora Sara Nunes.
-Como se chegou nos recursos para este relançamento?
APOIO- Através de uma emenda parlamentar para aquisição de livros, obtida pelo então deputado Estadual Fernando Coruja, foi possível o cumprimento do processo licitatório para a aquisição de tão importante fonte de pesquisa e de conhecimento.

É importante salientar que a Prefeitura de Lages e a Fundação Cultural foram as responsáveis pelo processo de montagem, de acompanhamento e da execução do projeto, que contou com a parceria da Secretaria Municipal de Educação, que foi contemplada com os recursos advindos de emenda parlamentar do então deputado Estadual Fernando Coruja
-Onde encontrar o livro?

O exemplar, em parceria com a Secretaria de Educação, estará disponível em todas as escolas da Rede Pública Municipal, para uso das professoras como fonte de pesquisa, além de estar presente também nas Bibliotecas do município e no Museu Histórico Thiago de Castro.

O livro também servirá como uma referência para o prefeito e vice-prefeito, para presentear algumas autoridades que visitarem o gabinete, na intenção de levar consigo uma lembrança de Lages em formato de história do nosso município, contada no livro “O Continente das Lagens”.

Em relação à comercialização em geral, estuda-se uma forma legal de realizá-la, com os lucros revertidos à impressão de novos exemplares, na intenção de possibilitar a disseminação da obra ao máximo de leitores possível.
RÁDIO CLUBE FM
O livro fala da inauguração da rádio clube SISTEMA PLANALTO DE COMUNICAÇÕES pelo senhor Carlos Joffre do Amaral (Pai Dr. Roberto). Carlos foi fundador e diretor da primeira emissora de rádio da cidade (1946). Fala do período em que Dr. Roberto Amaral, engenheiro, assumiu como diretor da 1ª emissora de televisão de Lages, a TV Planalto canal 10. Livro tbém fala da homenagem ao sr. Carlos Joffre dando seu nome a rua da Cacimba, onde hoje está situado o prédio do SCC/SBT.

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