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Deputada Reinehr cobra manutenção da malha ferroviária em Santa Catarina em audiência

A deputada Daniela Reinehr (PL-SC) coordenou, nesta terça-feira (1º), audiência pública da Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados para discutir o futuro da linha férrea Tronco Sul, em Lages (SC). Presidente da Câmara Temática de Portos e Hidrovias da Frenlogi, Daniela tem atuado de forma incisiva em defesa da infraestrutura de transporte no estado e alertou para os riscos da desativação do trecho ferroviário.

Durante o debate, a parlamentar destacou que Santa Catarina é responsável por mais de 5% do PIB industrial brasileiro e possui um dos maiores índices de exportação per capita do país, com forte atuação nos setores agropecuário, madeireiro, cerâmico, metalmecânico e têxtil. Além disso, no primeiro quadrimestre de 2025, os portos catarinenses registraram o maior crescimento na movimentação de cargas da região Sul, com alta de 7,93% em relação ao mesmo período de 2024, segundo dados da ANTAQ, apurados pela Secretaria de Portos, Aeroportos e Ferrovias do Estado.

Apesar desses avanços, Reinehr chamou a atenção para os sérios problemas logísticos enfrentados por Santa Catarina, especialmente em decorrência das fortes chuvas. Atualmente, mais de 70% do transporte de cargas é feito por rodovias, que são mais caras, poluentes e sobrecarregadas. Nesse contexto, a Ferrovia Tronco Sul é considerada uma infraestrutura estratégica, conectando o interior do estado ao litoral e à malha ferroviária do Rio Grande do Sul. No entanto, a empresa Rumo Logística, responsável pela concessão do trecho, anunciou a desativação das operações em Lages, o que implica o encerramento do transporte ferroviário na região.

“A decisão unilateral de uma concessionária não pode sobrepor-se aos interesses estratégicos do país e ao direito ao desenvolvimento das regiões do interior”, criticou Reinehr. A parlamentar defendeu a continuidade das operações e cobrou a participação ativa dos entes federativos e da iniciativa privada na busca por soluções.
O debate contou com a presença do secretário nacional de Transporte Ferroviário do Ministério dos Transportes, Leonardo Cezar Ribeiro, que apresentou as estratégias do governo federal para o setor, como o Plano Nacional de Ferrovias, o uso de investimentos cruzados com concessionárias e a criação de um banco de projetos para atrair o setor privado. Ele informou que o Ministério está discutindo um novo contrato com a Rumo e destacou que haverá uma reunião com prefeitos da região para tratar da situação da Tronco Sul.

A prefeita de Lages, Carmen Zanotto, fez um apelo pela manutenção da ferrovia, destacando sua importância histórica e logística. Ela pediu um cronograma de conservação, a participação da prefeitura no grupo de trabalho do Ministério dos Transportes e reforçou que as rodovias estão sobrecarregadas, inseguras e pouco sustentáveis. Já o vereador de Lages, Jonata Mendes, criticou a precariedade da malha rodoviária no estado e cobrou um plano de ação imediato para resolver o problema. Mendes também comentou que os combustíveis podem ficar mais caros para a população devido a interrupção do serviço ferroviário.

Representando o setor regulatório, o gerente de Fiscalização Infraestrutura e Serviços da ANTT, Daniel de Oliveira Santos, apresentou o panorama operacional da ferrovia e destacou que, mesmo com os danos causados pelas chuvas, o trecho é tecnicamente viável e estratégico para a região. Ele informou que o contrato com a concessionária prevê a manutenção da linha até o fim da concessão, em fevereiro de 2027, e que a agência segue monitorando a situação.

Também participaram do debate representantes da iniciativa privada e do setor produtivo. Yuri Pontual, diretor jurídico da ANTF, lembrou que 98% dos investimentos no setor ferroviário têm sido feitos pela iniciativa privada e sugeriu o uso do Fundo Clima do BNDES como alternativa para viabilizar o financiamento da recuperação do trecho.

Ao final da audiência, a deputada Daniela Reinehr ressaltou o principal objetivo do debate: as concessões têm uma finalidade pública, que é garantir a continuidade dos serviços. “Queremos ter uma conexão ferroviária dentro do estado. Somos um estado produtivo”, afirmou.

Daniela Reinehr propôs acionar o Fórum Parlamentar Catarinense para buscar maior conectividade e uma melhor estrutura para Santa Catarina, especialmente no que diz respeito à malha ferroviária. Segundo a parlamentar, é preciso encontrar a melhor solução para transformar o sonho das ferrovias em realidade, promovendo o desenvolvimento do estado e do país. A deputada ainda comentou que encaminhará os questionamentos às agências reguladoras.

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