Blog do Prisco
Coluna do dia

Conluio escancarado

O conluio entre o Judiciário e o Executivo, há anos evidente nos bastidores de Brasília, agora se mostra de forma absolutamente descarada. Em um mesmo dia, assistimos à fina sintonia entre o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal.

Jogada combinada

Enquanto Lula da Silva vetava o aumento de 513 para 531 deputados — medida aprovada na Câmara e no Senado —, Alexandre de Moraes agia em sentido oposto ao Congresso, assegurando, por decisão monocrática, o aumento do IOF. Detalhe: o Congresso havia rejeitado a majoração. Moraes simplesmente ignorou 383 deputados e a decisão simbólica do Senado.

Congresso ignorado

Moraes ainda encenou um teatrinho de conciliação, prontamente ignorado pelos presidentes da Câmara e do Senado, com razão. Mesmo assim, ratificou o desejo do Executivo e anulou a deliberação parlamentar. Um verdadeiro recado: “quem manda aqui sou eu”.

Moraes manda

Nunca eleito por ninguém, Moraes chegou ao STF pelas mãos de Michel Temer. Hoje, se comporta como imperador. Em sua visão, o Congresso é irrelevante. A democracia, um detalhe. Um atrevimento que expõe a fragilidade institucional do país.

Veto para inglês ver

Na questão do aumento das cadeiras na Câmara, Lula até tem razão no mérito. Mas não vetou por preocupação com os cofres públicos — R$ 65 milhões a mais são trocados diante do rombo bilionário promovido por seu governo. O veto é puro marketing, para posar de responsável.

Supremo no comando

A realidade é clara: o Supremo governa. Alexandre de Moraes dita as regras. Lula é figura decorativa. Deve sua descondenação ao mesmo STF que hoje comanda o país sem freios, sem contrapesos e com apoio da grande mídia e da omissão covarde do Congresso.

Ditadura da toga

Alexandre, que presidia o TSE durante a eleição, comandou um processo parcial e tendencioso, assegurando a volta de Lula ao poder. Agora, comanda também o país, com a caneta mais poderosa da República. O Legislativo virou figurante. A democracia, refém de um poder absoluto.