A aplicação de tarifas de 50% pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras, as denúncias sobre adultização infantil e a possibilidade de punição de deputados federais catarinenses foram os principais assuntos abordados na tribuna da Assembleia Legislativa, na sessão ordinária desta terça-feira (12).
Tarifaço
Dr. Vicente Caropreso (PSDB) demonstrou preocupação com as consequências do tarifaço norte-americano para a economia catarinense, em especial na produção industrial dos municípios de Joinville, Jaraguá do Sul e São Bento do Sul.
“Já temos relatos de cancelamento de pedidos, férias coletivas e paralisação de linhas de produção”, disse. “É menos arrecadação para os municípios, menos dinheiro no comércio e pior: perda de empregos para pais e mães de família.”
O parlamentar apelou para que o governo federal deixe de lado as questões políticas e ideológicas e busque uma solução para o problema. “O governo precisa agir rápido e deixar a briga de lado, deixar o nariz empinado de lado. Somos reféns de uma crise não produzida por nós, mas por disputa de ideologia.”
Sobre o mesmo assunto, Sargento Lima (PL) afirmou que a responsabilidade do tarifaço é do governo federal, por manter relações comerciais com países que cometem crimes, como terrorismo, tráfico de crianças, entre outros.
“Estamos pagando pelas ações do nosso governo federal”, disse. “Nos ajuntamos com a escória do mundo. E assim o Brasil será tratado, como a escória do mundo.”
Gestão eficiente
Ao comentar que Santa Catarina é um dos estados que mais atrai migrantes do Brasil e da América Latina, em busca de melhores oportunidades, Antídio Lunelli (MDB) defendeu a necessidade de uma gestão pública mais eficiente, que possa oferecer serviços públicos adequados aos catarinenses que aqui nasceram e aqueles que escolheram o estado para viver.
“A política precisa parar de gastar energia com disputas estéreis e começar e investir tempo e recursos no que realmente muda a vida das pessoas. Não basta fazer discursos bonitos, é preciso cortar a burocracia que trava investimentos, fiscalizar cada centavo gasto, cobrar metas e resultados e não se render à politicagem que só atrasa o desenvolvimento”, afirmou.
Solidariedade
Carlos Humberto (PL) prestou solidariedade aos deputados federais catarinenses ameaçados de punição pela Corregedoria da Câmara por envolvimento em protestos recentes que impediram a realização de sessões no Legislativo federal. Ele criticou o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta, por ter encaminhado as denúncias contra Júlia Zanatta, Carol de Toni e Zé Trovão, todos do PL.
“São parlamentares que por conta do exercício legítimo de suas funções são perseguidos pela Mesa e pelo presidente da Câmara, que de maneira covarde quer inviabilizar o trabalho da oposição, que é legítimo”, declarou.
Adultização infantil
Junior Cardoso (PRD) repercutiu a denúncia feita pelo influenciador digital Felca a respeito da exploração da imagem de crianças nas redes sociais mediante o uso de vestimentas, linguagem ou a adoção de comportamentos não adequados à idade.
“A adultização não é uma moda passageira, é uma praga que se alastra impulsionada pela ganância e pela busca de likes. É a monetização da adultização”, comentou. “Essas crianças que eram para estar numa creche, na escola, estão sendo produto da exploração sexual.”
O parlamentar defendeu a apresentação de projeto de lei para coibir essa prática. Em aparte, o deputado Jair Miotto (União) disse que proposta de sua autoria, apresentada em 2019, a respeito do assunto, está com a tramitação parada.
Maus-tratos
Sérgio Guimarães (União) tratou de uma denúncia de maus-tratos contra animais, registrada no fim de semana em uma propriedade rural em Biguaçu, na Grande Florianópolis. No local, foram encontrados cães mortos e congelados em um freezer, além de animais em condições insalubres.
O deputado criticou o poder público municipal por não ter agido antes. “Foram feitas denúncias por protetoras independentes. Se elas fossem levadas a sério pela prefeitura, não chegaria a esse ponto.”
Guimarães lembrou que é autor de um projeto que tramita na Alesc no qual cria um fundo estadual para ajuda aos protetores animais. “Os prefeitos têm que olhar com carinho para essa causa”, completou.
Em aparte, Marcius Machado (PL) destacou o trabalho realizado por protetores em todo o estado e defendeu os mutirões de castração por meio do Programa Pet Levado a Sério.