Chamada pública incentiva a participação de mulheres na pesquisa
Os projetos das pesquisadoras Anete Alberton e Thaise Boeing, da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), foram aprovados no Edital de Chamada Pública nº 14/2025 da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) – Mulheres+Pesquisa 2ª Edição.
O resultado final foi divulgado nesta terça-feira, 19. Por meio do edital, a Fapesc contemplou 31 projetos de pesquisadoras catarinenses e irá investir mais de R$ 4 milhões nas pesquisas aprovadas.
O projeto Transição Energética Justa em Regiões Dependentes do Carvão: Dinâmicas no Sul Global, submetido pela pesquisadora Anete Alberton, visa investigar as dimensões técnicas, econômicas, sociais e políticas do abandono do carvão como fonte de energia, com foco no sul de Santa Catarina e em Cesar, na Colômbia. A proposta contribui para os compromissos do Brasil com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) ao abordar as interseções entre políticas públicas, tecnologia e protagonismo local, gerando conhecimento aplicável ao avanço de transições energéticas mais justas e efetivas.
“O fomento à pesquisa é imprescindível e impulsiona a geração de conhecimento, de inovação e de soluções para desafios sociais e econômicos, além de estimular capacidades investigativas para o desenvolvimento sustentável. Editais que valorizam a mulher pesquisadora promovem diversidade, reduzem vieses e ampliam perspectivas, abrindo caminhos para o desenvolvimento científico e equidade no ambiente de pesquisa. A dimensão internacional da equipe desta pesquisa especificamente, somada à comprovada expertise em transições energéticas, análise de políticas e pesquisa comunitária, aumenta substancialmente o potencial de impacto científico e prático da proposta”, destaca Alberton.
A pesquisadora Thaise Boeing aprovou o estudo Trema micrantha: Uma Nova Perspectiva no Controle das Doenças Inflamatórias Intestinais. O objetivo da pesquisa é avaliar o efeito protetor de extratos obtidos de diferentes partes da planta, visto que a espécie, nativa da América do Sul, tem demonstrado potencial terapêutico devido à presença de compostos bioativos com atividade moduladora da motilidade gastrointestinal.
“A longo prazo acreditamos que o estudo possa contribuir com o desenvolvimento de novas terapias fitoterápicas para complementar ou substituir as abordagens terapêuticas convencionais para o tratamento das Doenças Inflamatórias Intestinais. Esperamos ainda, democratizar o acesso a tratamentos, valorizar o conhecimento tradicional e promover a conservação da biodiversidade. Estou imensamente feliz e emocionada, pois este é o primeiro projeto aprovado em um edital de fomento na minha carreira como pesquisadora. Ser mulher e ainda jovem na pesquisa torna essa conquista muito significativa, trazendo uma grande injeção de ânimo e motivação para mim e para toda a nossa equipe de laboratório”, afirma Thaise Boeing.
Os recursos aprovados para o desenvolvimento dos dois projetos da Univali somam mais de R$ 285.000,00.
“Ao financiar projetos de diferentes áreas, esta chamada da Fapesc configura-se como uma grande aliada da ciência e, consequentemente, da sociedade, pois os recursos retornarão por meio dos resultados das pesquisas. Neste caso, em especial, a chamada também incentiva a presença feminina no desenvolvimento de projetos, valorizando o talento das cientistas catarinenses. Estamos muito orgulhosos por ter duas pesquisadoras da Univali selecionadas com seus estudos”, salienta o reitor, professor Valdir Cechinel Filho.
foto>Dales Hoecksfeld, Univali, divulgação