O PSD de Santa Catarina realizou um evento representativo na quinta-feira, em Balneário Camboriú, sob a batuta da prefeita Juliana Pavan. Depois, na sexta-feira, o presidente nacional, Gilberto Kassab, acompanhado dos governadores pessedistas Ratinho Júnior (PR), Eduardo Leite (RS) e Raquel Lyra (PE), esteve reunido com os prefeitos Topázio Silveira Neto e Orvino de Ávila, da Capital e de São José.
A agenda teve direito, inclusive, a entrevista coletiva com o chefão do PSD, contando também com a presença do líder do PSD na Câmara e várias lideranças nacionais. Um evento de peso, indiscutivelmente.
Depois do qual foi possível depreender algo que até então ficava só na especulação: o fechamento do PSD nacional em torno da pré-candidatura de João Rodrigues ao governo do estado. Kassab foi cristalino e direto. A prioridade é a candidatura própria, na figura do prefeito de Chapecó.
Porta aberta
O presidente nacional do PSD deixou transparecer que, se lá na frente houver convergência, podem até conversar com o governador Jorginho Mello, candidato à reeleição.
Aliás, Kassab elogiou o governador, mas frisou que, para qualquer partido crescer, é fundamental ter candidaturas próprias, especialmente no campo majoritário. Então, agora está posto.
Pelo estado
João Rodrigues vai para a estrada. Na verdade, já estava em pré-campanha desde agosto do ano passado, há um ano, mas apenas como franco-atirador.
De cima
Importante dizer que o prefeito de Chapecó foi pra cima até então sem o necessário respaldo da direção nacional do PSD.
Em pelo menos uma dúzia de estados — SC entre eles — quem vai definir os rumos do partido nas convenções é Gilberto Kassab.
Perfil
Agora isso mudou. João Rodrigues tem o aval do comando nacional. Daqui pra frente, viabilizar a candidatura dependerá da competência dele e do partido.
Lacuna
O projeto ainda não decolou nesse primeiro ano. Talvez, com esse impulso e respaldo das principais lideranças nacionais, João Rodrigues possa se viabilizar enquanto pré-candidato. Há seis meses pela frente.
Águas de março
Claro que a definição não vai ocorrer em setembro, véspera do pleito de 2026. O prefeito de Chapecó tem seis meses para colocar a candidatura em pé, ou seja, até março do ano que vem.
Janela
Março é o mês da janela, quando as mudanças partidárias podem ocorrer sem perda de mandato. Já no início de abril é o prazo fatal para desincompatibilização.
O próprio João Rodrigues teria que renunciar para concorrer. Então, são seis meses em que o PSD terá que mostrar a que veio.
Naturalidade
Jorginho Mello tem uma situação absolutamente confortável. Até porque João Rodrigues não conta nem com o partido inteiro. E não tem sequer um partido lhe apoiando, diferentemente de Jorginho Mello.
Fileiras
No evento do PSD, o prefeito de Florianópolis, Topázio Silveira Neto, marcou presença. Ele vem sendo elogiado por Gilberto Kassab, mas recebeu o recado dele.
Ou seja, se lá em março João Rodrigues confirmar a renúncia, muito provavelmente Topázio Silveira Neto aproveite a janela para trocar de partido. O caminho seria o retorno ao Republicanos.
Secretário
Mesma situação de Paulinho Bornhausen, que também está no PSD, mas alinhado com Jorginho Mello, de quem, aliás, é secretário de Articulação Internacional.
Ex-governadores
Jorge Bornhausen, pai de Paulinho, ex-governador e ex-senador, foi homenageado nesse encontro nacional de sexta-feira em Florianópolis. Ele continua fechado com o projeto de candidatura própria do PSD ao governo.
Quem não compareceu — e cuja ausência foi notada — foi o ex-governador de dois mandatos e ex-senador Raimundo Colombo. Não deu as caras e também não mandou representante.