JOSÉ ZEFERINO PEDROZO
Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC)
A Polícia Militar Ambiental de Santa Catarina é um patrimônio do Estado e um braço indispensável para a preservação dos recursos naturais, a manutenção da ordem e a proteção das comunidades. Sua atuação se consolida como um serviço essencial que alia autoridade, conhecimento técnico e dedicação, sempre em defesa da sociedade e da natureza. Fiscalizar, proteger florestas e mananciais, reprimir delitos ambientais, educar a população sobre boas práticas, apoiar em situações de desastre, monitorar o território com tecnologia avançada e cooperar com outros órgãos são atribuições que a tornam referência em todo o País.
Até pouco tempo atrás, havia queixas de produtores rurais em relação à forma como se davam as abordagens no campo, muitas vezes marcadas por excessiva rigidez e escassez de diálogo. Essa realidade mudou com a chegada ao comando do coronel Fabrício Berto da Silveira, cuja gestão vem demonstrando sensibilidade, equilíbrio e abertura ao diálogo. A aproximação construída entre a Polícia Militar Ambiental e o setor produtivo catarinense é um marco que fortalece a confiança mútua e estabelece um novo modelo de relacionamento, baseado no respeito e na cooperação.
Nesse contexto, iniciativas como a Operação Campo Seguro ganham destaque. A ação, desenvolvida pelas unidades da Polícia Militar Ambiental em parceria com a Polícia Militar, tem como propósito não apenas reprimir crimes que afligem o meio rural — como o furto de gado —, mas sobretudo aproximar o policial do agricultor e do pecuarista, para que estes o vejam como aliado e protetor. Barreiras policiais, patrulhamentos nas propriedades e a presença ostensiva das forças de segurança reforçam a sensação de proteção e desestimulam a ação de criminosos. O apoio do Comando-Geral da Polícia Militar e a união das duas vertentes da corporação ampliam a capacidade de resposta e asseguram a eficácia das operações.
A experiência recente mostra que proximidade e prevenção são as formas mais eficazes de coibir delitos e garantir tranquilidade às famílias que vivem e produzem no campo. O homem rural, ao se sentir ouvido e respeitado, fortalece seu vínculo com a Polícia, compreende melhor seu papel e contribui para a disseminação da cultura de legalidade e preservação. Essa parceria é imprescindível para que o agricultor veja na instituição não apenas um órgão fiscalizador, mas uma presença amiga que compartilha o objetivo de construir um ambiente produtivo, sustentável e seguro.
Como dirigente do sistema sindical rural e também como produtor, entendo as dificuldades enfrentadas no dia a dia do campo. Tenho convicção de que só alcançaremos soluções efetivas no combate à criminalidade quando caminharmos juntos, entidades representativas e forças policiais, cada qual com sua missão, mas unidos por um mesmo propósito.
A cooperação que hoje floresce precisa ser ampliada e consolidada, não apenas em operações específicas, mas em uma política permanente de aproximação. Queremos que ações como a Operação Campo Seguro se expandam por todo o território catarinense, criando uma rede sólida de proteção.
A Polícia Militar Ambiental é indispensável para a defesa do nosso patrimônio natural e para a promoção da segurança pública no campo. Sua presença firme e equilibrada deve garantir aos produtores rurais condições de produzir com tranquilidade e confiança. Cabe a todos nós, mantermos o diálogo aberto para que cada um possa cumprir o seu mister: o produtor rural produzindo de forma sustentável e a polícia ambiental zelando pela paz no campo.