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Agenda da Água: Parques urbanos e em beiras de rios são alternativas para conter cheias

Experiências bem sucedidas de Curitiba e Jaraguá do Sul foram apresentadas na FIESC; projeto de parque inundável na Bacia do Rio Camboriú deve receber recursos do PAC

Atenta às soluções para mitigar efeitos de eventos climáticos severos cada vez mais frequentes, como enchentes, a Federação das Indústrias de SC (FIESC) reuniu especialistas em reunião preparatória para a Agenda da Água. Durante reunião da Câmara de Meio Ambiente e Sustentabilidade realizada nesta quinta-feira (2), os participantes conheceram as iniciativas bem sucedidas de Curitiba e Jaraguá do Sul, e o projeto do Parque Inundável Multiuso da Bacia do Rio Camboriú.

A experiência da capital do Paraná com o Parque Barigui e com o projeto que pretende transformar as margens do rio de mesmo nome em um parque linear urbano, mostrou que as áreas multiuso são eficazes na contenção de inundações. Criado em 1972 para proteger as áreas ao sul da bacia do Rio Barigui, o parque tem 1,4 milhão de m2.

Além de um lago para servir de reservatório e para a contenção de cheias, o parque também conta com equipamentos turísticos, trilhas, operações de alimentação e chega a receber 100 mil pessoas nos fins de semana de sol. “É uma área multiuso, que atende ao turismo, lazer, preservação e educação ambiental e também ajuda a evitar enchentes na cidade”, afirmou Dyala Assef Sehli, arquiteta na secretaria de sustentabilidade e meio ambiente da prefeitura de Curitiba. Ela explicou que a central hidrelétrica na saída do lago para o rio, além de controlar a vazão, gera 50% da energia consumida em todo o parque.

Segundo Dayla, o parque foi ponto de partida para um projeto que já está em andamento e vai integrar uma área preservada de 45 quilômetros, junto a outros espaços, nas margens do Rio Barigui. O projeto vai aumentar a oferta de áreas de lazer, promover a revitalização do espaço urbano, além da preservação ambiental e da prevenção de cheias.

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agenda da agua 2025
Câmara de Meio Ambiente e Sustentabilidade promove diálogos para aprimorar Agenda da Água. (foto: Filipe Scotti)

Projetos de SC
Em Jaraguá do Sul, a iniciativa de sucesso foi a implantação do Parque Linear Via Verde, junto com outros espaços de preservação e pensados para a contenção de enchentes. O promotor de justiça Alexandre Schmitt dos Santos, que coordenou o projeto, destacou que o Parque foi criado com duas intenções: receber água de elevação do rio e oferecer mais um espaço público de lazer para a população. Para que o projeto saísse do papel, foi necessário desapropriar áreas consolidadas e até desaterrar áreas vizinhas, explicou o promotor. Segundo ele, Jaraguá conta com outras iniciativas para mitigar e prevenir os efeitos das cheias, com o Parque da Inovação, que segue o mesmo conceito do Via Verde.

O presidente do comitê de gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú e Bacias Contíguas, Paulo Ricardo Schwindel, detalhou o projeto do Parque Inundável Multiuso. O projeto ficou pronto em 2019, mas só em 2023 recebeu a licença prévia de instalação. De acordo com Schwindel, recentemente o parque foi incluído nas obras do PAC, num investimento de cerca de R$ 131,5 milhões – que inclui obras e desapropriações.

A proposta prevê a construção de um dique no Rio Camboriú para a formação de um lago, que tem como objetivos regularizar a vazão em situação de cheias e criar uma reserva de água bruta para atendimento da demanda. Essa reserva é extremamente importante porque, segundo ele, em 2025 a disponibilidade hídrica ultrapassou o limite de equilíbrio entre a oferta e a demanda. “A outorga da Emasa já está no limite legal máximo de retirada de água da bacia”, afirmou.

foto>divulgação

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