O senador Esperidião Amin tomou conhecimento que o Sr. Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no TSE, tem audiência na Justiça italiana a cumprir em face do pedido de extradição. Tagliaferro é alvo de um inquérito no STF que o acusa de violação de sigilo funcional. Ele tem divulgado mensagens que demonstrariam abusos de Moraes no exercício dos cargos de ministro do STF e presidente do TSE. Como consequência, o ministro solicitou à Itália, em agosto, a extradição do ex-assessor.
— Como se criminoso fosse, pela condição de denunciante de algumas das barbaridades que fundamentam o requerimento da “Vaza Toga”, que tem 29 assinaturas – disparou Amin, que é autor da CPI da “Vaza Toga”.
Segundo Amin, a CPI já tem mais do que o número mínimo necessário.
— E, estranhamente, o Presidente Davi Alcolumbre – apesar de várias solicitações que eu agora sou obrigado a multiplicar e quero pedir que todos que desejam a apuração da verdade peçam –, até onde eu sabia, não tinha nem numerado o pedido de CPI, e, portanto, ela não deve ter sido submetida ainda ao crivo da nossa Consultoria Jurídica, ou da Advocacia do Senado – ressaltou.
AMIN AFIRMA QUE ESTÃO QUERENDO ABAFAR ESSE ESCÂNDALO DE EXTRADIÇÃO
Então, eu quero dizer o seguinte, os que querem abafar esse escândalo, a denúncia é de um escândalo, o que nós queremos é esclarecer, se alguém não quer esclarecer é porque quer abafar, não tem meio termo. Ou eu não tenho medo da verdade, ou eu quero evitar a verdade.
Pedido de extradição, como se bandido fora, sem condenação, porque vazou coisas inconvenientes para os que investigaram o 8 de janeiro?
Uma das denúncias é fantástica! Lembram dessa expressão? “Use da sua criatividade”. Isso foi dito pelo ministro ao seu juiz auxiliar: “Eu não estou encontrando nada que incrimine a pessoa”. “Use da sua criatividade”. Isso é uma frase compatível à inquisição. “Olha, eu não achei o pecado na pessoa”. Pôncio Pilatos, lembra? Pôncio Pilatos lavou as mãos, aqui não, levaram adiante mesmo sem o fato, bastou a narrativa.
Então, apurar, eu repito, não as decisões judiciais, mas apurar os procedimentos para chegar à apuração da verdade. E, eu repito, agora dizendo o que é, não se tratava de saber se fulano de tal, que está detido desde o dia 8 de janeiro, por exemplo, dois meses depois, vai continuar preso, mas por quê?
Qual é o motivo? Não tem motivo? Usa a criatividade?
Mas usou-se a criatividade. Foi um programa para investigar o que nos últimos seis, sete anos aquele detido falou, escreveu no seu WhatsApp, no seu aplicativo de mensagem. Se ele falou mal de um lado, ou seja, se ele falou mal da direita, ele é positivado, vai ficar; e se ele falou mal da esquerda, é negativado, pode soltar. Essa é uma das denúncias, com documentação.
Ora, se isso aconteceu ou não aconteceu, nós só queremos apurar a verdade, nós não vamos inventar. Os fatos estão apresentados, o Sr. Tagliaferro já deu proteção a eles lá fora.
Eu não conheço o Sr. Tagliaferro, mas ele fez denúncias que tem pé e cabeça, tem cabeça, tronco e membros, ou seja, tem organicidade, tem que ser investigado. E o Senado diz que quer investigar através dos 29 signatários.
Então, eu gostaria, de antes dessa audiência que está prevista para o dia 17 de dezembro, que nós tivéssemos uma deliberação: “Olha, a CPI vai ser instalada ou não pode ser instalada por essa razão, falta algum fato concreto”.
O que nós não vamos aceitar é ir levando de barriga para passar o ano e daqui a pouco o sujeito é extraditado, vem para cá e aí, sim, num esforço pessoal para silenciá-lo, num típico gesto de inquisição, traz o sujeito aqui que eu vou convencê-lo de que ele estava errado.
Então, faço aqui um apelo, vou fazer de novo ao Senador Davi Alcolumbre e peço que todos aqueles que querem a verdade não esperem até o dia 17 de dezembro, que é a data dessa audiência na Itália. Ele pode até ser extraditado, mas nós temos que saber que nós estamos deixando que isso aconteça sem decidirmos sobre algo que já requeremos, que é a instalação da CPI da “vaza toga”.





