Blog do Prisco
Coluna do dia

A busca pela sobrevivência em SC

O ano ainda não terminou, mas, as especulações estão a mil com vistas ao processo sucessório de Santa Catarina em 2026. No embalo da desarrumação provocada por Jair Bolsonaro ao enfiar seu filho Carlos para concorrer ao Senado pelo PL, considerando que isso está criando dificuldades para o governador Jorginho Mello fechar a sua chapa majoritária, se observa outros partidos buscando alternativas.
Vamos começar na seara Conservadora. A pré-candidatura do prefeito Chapecó, João Rodrigues, está na estrada há mais de um ano e não consegue ficar de pé. Ele está, a partir do dia 25, desencadeando roteiros regionais pelo estado. Em dezembro o seu PSD fará uma reunião estadual em São José. A se observar. A verdade, no entanto, é que o alcaide chapecoense segue patinando. Seu projeto não ganhou consistência.
Também por isso, pelos bastidores já se fala na possibilidade do retorno de Raimundo Colombo. Ele ainda está afiliado no PSD. Foi duas vezes governador, senador, deputado estadual, federal, três vezes prefeito de Lages. É um nome que já foi testado nas urnas.

Currículo

Colombo coleciona cinco participações majoritárias. As três primeiras foram bem-sucedidas. Importante lembrar que nas três o pessedista foi respaldado pelo MDB, especialmente na figura de Luiz Henrique da Silveira. O pessedista elegeu-se senador quando Luiz Henrique buscou a reeleição em 2006. LHS apoiou Raimundo Colombo ao governo em 2010 e na reeleição de 2014.

Histórico recente

Nas últimas duas eleições ele concorreu ao Senado, em 2018 e 2022. E bateu na trave. Mas é um nome conhecido. Dispõe de uma trajetória de estadualização, diferentemente de João Rodrigues, um nome restrito a Chapecó, quando muito ganhando alguma abrangência no Oeste.

Regional

O prefeito foi apenas deputado estadual e federal. Está no quarto mandato de prefeito. Contudo, nunca disputou uma majoritária em Santa Catarina.

Sem chance

Paralelamente a essas conversas de bastidores no contexto do PSD, as especulações também avançam na esquerda, que já se convenceu que não tem a menor chance de ganhar eleições ao governo em Santa Catarina.

Pulverização

Em 2022, pela primeira vez o PT, com Décio Lima, chegou ao segundo turno. Marca que só foi possível pela presença de cinco candidaturas conservadoras à época. Na divisão, o petista conseguiu, por uma pequena margem, chegar na grande final. No segundo turno o resultado foi revelador: Jorginho Mello com mais de 70% e Décio não chegando à casa dos 30%.

Aleluia

Ou seja, a esquerda não se cria em Santa Catarina. Ainda mais agora que Décio Lima está muito animado com a hipótese de concorrer ao Senado. Até porque, diante de uma eventual pulverização de candidaturas, a esquerda tem, sim, chance de beliscar a segunda vaga.

Chances

Na eventualidade de quatro candidaturas conservadoras ao Senado, aí a esquerda entra no jogo, com chances reais, indiscutivelmente.

Versão local

Se, por um lado, Décio está inclinado por isso, por outro tem uma movimentação que vem de Brasília, na figura do vice-presidente, Geraldo Alckmin, que deseja lançar Paulo Bauer, ex-vice-governador, ex-senador, deputado estadual e federal, como candidato do PSB ao governo.

Ex-correligionários

Bauer já foi correligionário de Alckmin nos tempos do PSDB. Os dois frequentaram o ninho dos tucanos. Paulo Bauer informa que não foi sondado, mas não descarta. Ao não descartar, admite a possibilidade e seria uma candidatura de perfil conservador, abrigado em um partido de esquerda.

Repeteco?

Teríamos, curiosamente, um novo embate entre Bauer e Colombo, que se enfrentaram na reeleição do lageano, em 2014, quando ele levou no primeiro turno por menos de 1,5%.

Tripé

Claro que em 2026 teria o fato novo, que é a candidatura natural à reeleição do atual governador Jorginho Mello. Mas, seriam três candidaturas de perfil conservador, mas duas delas, hoje, posicionadas como opções de direita.

Carona

E a terceira, de alguma maneira, querendo pegar uma carona no perfil do eleitorado catarinense, mas, colocada no ambiente ideológico da esquerda.