Blog do Prisco
Notícias - Lateral

Tebaldi a Maia: reforma é inconstitucional

O  deputado federal Marco Tebaldi (PSDB-D) entregou ao presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) um documento onde solicita formalmente a retirada de pauta do Projeto de Emenda à Constituição 287 de 2016, mais conhecido como PEC da Previdência. O encontro dos dois parlamentares se deu na Câmara dos Deputados.

O documento de Tebaldi elencou sete pontos polêmicos da proposta, que representam as principais demandas apresentadas pelos cidadãos que conversaram com o deputado nas últimas semanas. Além da sociedade civil, Tebaldi citou a contribuição de renomadas instituições como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), a AMB (Associação dos Magistrados do Brasil) e a AJUFE (Associação dos Juízes Federais do Brasil). Os sindicatos das mais diversas categorias também foram incluídos entre as organizações que se manifestaram contrários à PEC.

Marco Tebaldi e Rodrigo Maia

Tebaldi apontou diversas violações constitucionais que ferem direitos fundamentais dos cidadãos, como a revogação das regras de transição das PECs 20/1998 e 41/2003 e o tratamento “anti-isonômico” entre homens e mulheres. Um dos pontos que mais tem preocupado a população brasileira, que é o tempo excessivo de contribuição e idade mínima incompatível com a realidade brasileira, também foi discutido no documento, quando o deputado cita estudos demográficos que contrariam a lógica da Emenda Constitucional, considerando a expectativa de vida média dos brasileiros. Outro item que chamou a atenção de Tebaldi foi o desprezo que o texto do governo demonstrou para as aposentadorias especiais:

“Não podemos ignorar as dificuldades que trabalhadores rurais, policiais e professores atravessam em sua jornada de vida. Precisamos prestigiar os cidadãos que contribuem com o nosso país desempenhando funções que exigem mais força, como é o caso dos trabalhadores do campo, e também preparo psicológico acima do normal, caso dos policiais e professores. Não podemos igualar a situação. Eles precisam ser assistidos”, comentou Tebaldi.

O deputado também elencou entre os pontos o fato do Governo Federal desvincular os benefícios assistenciais e a pensão de morte do salário mínimo. Segundo o documento, a medida “ofende frontalmente os direitos sociais dos trabalhadores, privando milhares de brasileiros de baixa renda e outros em situação vulnerável de receberem um mínimo necessário à subsistência”. A alteração proposta para a aposentadoria de trabalhadores com moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável foi reprovada por Tebaldi e também figurou entre os pontos elencados. E por fim, o deputado citou as regras de transição para os trabalhadores comuns como geradoras de frustração e insegurança entre os trabalhadores.

“Quem cria a lei não pode ignorar e violar as expectativas do trabalhador, mudando a Constituição e colocando de lado o princípio de proteção à confiança do cidadão. A regra vigente simplesmente fica obsoleta e todo mundo tem que engolir uma transição duvidosa e sem lógica? Precisamos repensar muita coisa, discutir muito mais”, criticou Tebaldi.

O deputado termina seu documento pedindo ao presidente da Câmara que o projeto não seja pautado ou que ao menos seja adiado para que não haja infração da Constituição e que a sociedade contribua de forma decisiva na redação de um texto mais justo. 

Posts relacionados

Justiça reconhece prescrição punitiva para réus no caso da compra dos respiradores

Redação

Bolsonaro na berlinda

Redação

Número de catarinenses que destinam imposto a projetos sociais cresce 28,64%

Redação