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A lombada, Henry Ford e a resolução dos problemas

Em 2007, quando conheci aquele que seria meu sogro no futuro, José Carlos Librelato, vi nele um homem de múltiplas facetas, mas duas deles me chamariam a atenção: a simplicidade e a grandeza.

A simplicidade foi a primeira impressão. No jantar onde nos conhecemos o prato era linguiça e pão. Já no início da conversa conheci a infância simples de um garoto que tinha apenas um sapato, usado apenas para entrar na Igreja, o que fazia com que respeitasse o mais humildes de uma forma que atingia corações e mentes de seus colaboradores.

Ao mesmo tempo, vi um homem possuidor de uma grandeza extrema, que não se furtava em liderar uma empresa de 500 colaboradores na época, bem como não tinha medo de procurar o Governador do Estado para que os anseios de sua cidade, fossem atendidos, tanto que ajudou Orleans e a Librelato então uma empresa de participação limitada, a chegar em terceiro lugar na produção nacional do ramo de implementos e ser reconhecido com o Prêmio Ordem de Mérito Industrial Catarinense, da Fiesc, entregue pelo amigo Glauco José Corte.

Como homem preocupado com os interesses da sociedade, José Carlos Librelato, conhecido por Lussa, passou a presidir a Fundação Hospitalar Santa Otília e, em 9 de novembro de 2010, fomos a capital do Estado, onde a Celesc, presidida pelo hoje Secretário da Fazenda, Antônio Marcos Gavazzoni, lançava o projeto energia do bem para beneficiar hospitais filantrópicos de 32 cidades Catarinenses, o que demonstrou para mim, ainda mais, a grandeza do Lussa ao ir buscar junto ao então presidente da Celesc, algo para os munícipes de Orleans. O líder maior da Celesc, ao conversar com meu sogro, reconheceu nele essa grandeza e atendeu o pedido para auxiliar o Hospital, vindo algum tempo depois a Orleans para inaugurar a obra.

Na volta da viagem, já em Orleans, fomos à comunidade de Ponte Preta. Eu estava dirigindo o veículo e dizia a ele como as pessoas não enxergam o que está na sua frente, fazendo uma crítica aqueles que eram relapsos no trabalho. De repente, por distração, saltei uma lombada. Ali ele disse: “e tem gente que não enxerga nem lombadas”.

Foi aí que percebi que uma célebre frase de Henry Ford faria todo sentido: “Não encontro defeitos. Encontro soluções. Qualquer um sabe queixar-se.” Nesse momento aprendi que devemos fazer a nossa parte e não ficar encontrando culpados. Se encontrar um problema, procure parceiros e resolva, não aponte culpados.

Creio que isso casa bem com uma frase que li no prefácio do livro de Moacir Pereira, intitulado LHS: transformando sonhos em realidade, escrita por um personagem nessa história, Antônio Marcos Gavazzoni: “[…] Se fosse um problema, tinha como regra sempre procurar resolver[…]. Creio que esteja faltando em nós, seres humanos, realizar mais e apontar menos o dedo para os outros.

Ulisses Gabriel –  Presidente da Associação dos Delegados de Polícia de Santa Catarina

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