Estamos a menos de um ano das eleições de 2026. Em Santa Catarina, as articulações são efervescentes, num ritmo capaz de provocar reacomodações na disputa sucessora estadual 2026. Conversas de bastidores podem direcionar uma composição de chapa liderada por Jorginho Mello, tendo como vice a senadora Ivete Appel da Silveira.
Isso mesmo. Ela, que assumiu a segunda metade do mandato de Jorginho Mello com a sua eleição ao governo. Ivete era a primeira suplente escolhida pelo então deputado Jorginho Mello em 2018.
Não está descartada a possibilidade dela fazer mais uma vez dobradinha com ele. Seria o nome do MDB para compor de vice.
Aliás, o governador já conta com uma vice-governadora mulher, a delegada Marilisa Bohem. Ela é de Joinville, assim como Ivete.
Pacificação
Essa solução pacificaria a questão dentro do MDB, que hoje teria dois nomes. Dois deputados. O estadual Antídio Lunelli e o federal Carlos Chiodini, que responde momentaneamente pela Secretaria da Agricultura de SC. Ambos são de Jaraguá do Sul.
Geografia
Vindo Ivete, seria uma representante também do Norte do estado, mas do maior colégio eleitoral catarinense que é Joinville, cidade que seu marido administrou em três oportunidades.
Breque
Isso tudo num contexto em que o atual prefeito, Adriano Silva, que já não estava inclinado por uma candidatura ao governo que o obrigaria a renunciar boa parte do segundo mandato para o qual foi eleito, com Ivete de vice na chapa do governador, aí mesmo a possibilidade seria zero.
História
Outro aspecto a ser considerado é o seguinte: se Jorginho Mello se reelege com Ivete de vice, ela vai se transformar na primeira governadora da história de Santa Catarina. Já tivemos Daniela Reinehr e a própria Marilisa respondendo por um período de interinidade, mas, no caso de Ivete, Jorginho Mello renunciaria para concorrer ao Senado em 2030 e ela seria efetivada governadora para um mandato-tampão.
Rivalidade
Aliás, o seu marido, Luiz Henrique da Silveira, foi duas vezes governador e, nas duas, derrotando quem? Em 2002 e 2006? Esperidião Amin. Que pode vir a ser candidato à reeleição nessa mesma composição. Não custa lembrar que o antigo PDS depois se transformou em PP, podendo estar na mesma chapa com o MDB. Ivete Appel da Silveira e Esperidião Amin, do PP, hoje União Progressista.
Liberais
Os dois nomes do PL seriam Jorginho Mello ao governo, à reeleição, liderando a chapa, e, na outra vaga ao Senado, Carlos Bolsonaro ou Carol De Toni, ambos do PL.
Morro abaixo
Ou seja, é campanha ladeira abaixo. Praticamente consolidaria a reeleição de Jorginho Mello, que ainda conta com apoio de outros partidos, como o Podemos, o Republicanos e, ainda, com parte do PSD, a partir da figura do prefeito Topázio Silveira Neto, da Capital.
Corner
Então o PSD não teria outro caminho a percorrer, a não ser que vá para uma aventura com João Rodrigues. Mas, isso faria, inclusive, que alguns deputados e prefeitos deixassem o partido, a começar pelo próprio Topázio.
Liderança
Deputados como Mário Motta podem não deixar o partido, mas, estão alinhados com Jorginho Mello pelas mãos do prefeito de Florianópolis. Também entra nessa conta o ex-deputado Paulinho Bornhausen, hoje secretário de Articulação Internacional, e tem que ver o futuro de Ismael dos Santos. Ele é o único federal do PSD. Poderia buscar abrigo em outra sigla, considerando-se que o PSD está desidratando.