Manchete

Cárcere municipalista

A política catarinense foi sacudida, novamente, pela Operação Mensageiro nesta semana. Em sua terceira etapa, a investigação alcançou o prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli (Progressistas), acompanhado de seu vice, Caio Tokarski (União).
Os dois foram presos após mandado expedido por uma desembargadora do Tribunal de Justiça. A magistrada determinou a prisão preventiva da dupla.
Ponticelli já foi deputado estadual, presidente da Alesc, presidente da Fecam, presidente do Progressistas, candidato a vice-governador e atualmente está cumprindo o segundo mandato de prefeito.
A ordem judicial também determinou buscas e apreensões na residência de Ponticelli e na prefeitura.
A Cidade Azul passou a ser pilotada, interinamente, pelo presidente da Câmara de Vereadores, Gelson Bento, que é correligionário do prefeito detido.
As prisões da Mensageiro, registre-se, atingem prefeitos de vários partidos: PP, União, PL e MDB. Sem pirotecnia, sem coletivas, fotos, etc e tal. Tudo dentro do mais perfeito rito legal.

Tarrafada

Outro aspecto da operação: as prisões já somam sete prefeitos. Sendo dois de grandes e estratégicos municípios catarinense. Antônio Ceron (PSD) em Lages e agora o próprio Ponticelli. Ceron, é bem verdade, já estava finalizando sua carreira política. O lageano conseguiu hebeas corpus para deixar a Penitenciária da Canhanduba, em Itajaí. Cumprirá prisão domiciliar, conquistada em função de sua idade avançada.

Subiu no telhado

Em compensação, o alcaide de Tubarão alimentava a perspectiva de voos mais altos. Também porque a família Amin foi derrotada na eleição do ano passado. Angela e João não renovaram os mandatos à Câmara e à Alesc. Esperidião Amin tem a segunda metade do mandato de senador, mas estará com 79 anos em 2026!

Longa espera

Seria a oportunidade para o tubaronense colocar-se no cenário estadual como protagonista. Espaço pelo qual ele vinha lutando há tempos. O clã Amin nunca deu a oportunidade a Joares Ponticelli.

Incógnita

Resta saber como toda esta situação vai se desdobrar. Tem prefeitos presos há mais de dois meses, desde o início de dezembro. Ceron ficou encarcerado por duas semanas e meia.
Na audiência de custódia de terça-feira, a desembargadora manteve a prisão do prefeito e do vice de Tubarão.

Nada feito

Aliás, os advogados dos mandatários já recorreram ao STJ e ao STF e não conseguiram os relaxamentos das prisões.

Autos recheados

O processo é robusto. Não são apenas indícios, delações. Os investigadores têm provas cabais, imagens dos envolvidos recebendo envelopes com dinheiro da empresa Serrana Engenharia, que nasceu em Lages e hoje tem sede em Joinville.

Terreno fértil

Pelo menos 20 prefeituras estão na mira do Gaeco por suspeitas gravíssimas de corrupção no esquema de coleta e de destinação de lixo. A Serrana atende muitos municípios catarinenses. O quadro é delicadíssimo. Já são 21 mandados de prisão e 130 de busca e apreensão.

Rito

Assim como Ceron, que no dia 1ᵒ de fevereiro participou da investidura da nova legislatura na Assembleia, com a posse dos novos deputados e no dia seguinte acabou preso, o mesmo ocorreu com Ponticelli.

Tapas e beijos

Na segunda-feira, o prefeito de Tubarão bateu fotos com os novos dirigentes do TCE, com parlamentares, magistrados e retornou para Tubarão, onde, nas primeiras horas da manhã de terça-feira já recebia a visita do Gaeco.
A situação provoca desdobramentos políticos, eleitorais, partidários, enfim, o desgaste é brutal.

MDB aceitou

Além disso, a outra novidade no início da semana é a confirmação da investidura do deputado Jerry Comper na Secretaria de Infraestrutura. O MDB, além da posição dele, indica apenas o diretor de uma empresa de segundo escalão na estrutura da pasta. Jorginho Mello conseguiu dobrar o partido, que aceitou apenas isso. Não tem pasta com porteira fechada, não.

Aceno

O governador acenou com uma segunda secretaria ao partido, mas para a bancada federal. A ideia é aproveitar o ex-secretário de Educação de Moisés da Silva, Luiz Fernando Vampiro, que ficou como primeiro suplente de deputado federal. Ele pode ser convidado para o governo novamente ou ele vai a Brasília e um dos três federais do Manda Brasa passará a integrar o primeiro escalão do novo governo.

foto>divulgação

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