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Carlos Bolsonaro e o desafio estratégico do conservadorismo: por que o Brasil precisa dele em outro estado

Em um momento em que o conservadorismo brasileiro busca consolidar sua presença institucional, a definição dos nomes que disputarão as próximas eleições para o Senado se torna uma questão estratégica — e não apenas regional. A possível candidatura de Carlos Bolsonaro por Santa Catarina, embora legítima, reacende um debate essencial: onde sua presença pode realmente fortalecer a direita e ampliar o número de cadeiras conservadoras no Senado?
Santa Catarina já é um bastião consolidado da direita
Santa Catarina é, indiscutivelmente, o estado mais conservador do Brasil. Nas urnas, o bolsonarismo obteve votações expressivas e o eleitorado de direita conta com nomes sólidos como Caroline De Toni e Esperidião Amin, ambos identificados com a defesa dos valores cristãos, da liberdade econômica e da pauta conservadora.
Nesse cenário, uma nova candidatura do mesmo campo ideológico tende a dividir o eleitorado e enfraquecer o próprio grupo político — o que, em uma eleição majoritária, pode significar a perda de uma vaga para a esquerda.
O mapa do Brasil mostra outros campos de batalha
Enquanto Santa Catarina já é um reduto garantido, há estados estratégicos em que o conservadorismo pode crescer e conquistar novas cadeiras no Senado — locais onde o agro, o setor produtivo e o eleitorado bolsonarista clamam por representação real.
Veja os resultados do segundo turno de 2022:
•Roraima: Jair Bolsonaro obteve 76,08% dos votos válidos.
•Acre: 70,30% dos votos.
•Rondônia: 70,66% dos votos.
•Mato Grosso: 65,08% dos votos.
Esses números revelam estados onde o bolsonarismo é maioria absoluta, mas que ainda carecem de lideranças nacionais expressivas na direita — especialmente no Senado, onde a esquerda mantém presença desproporcional.
O apelo do agro e do Brasil produtivo
Essas regiões são o coração pulsante do agronegócio brasileiro, setor que mais tem sustentado a economia nacional e que, ao mesmo tempo, mais sofre com o avanço ideológico da esquerda em políticas ambientais, tributárias e fundiárias.
Produtores rurais, cooperativas e associações dessas áreas têm manifestado desejo pela presença de uma liderança forte, combativa e de projeção nacional, capaz de vocalizar seus interesses e representar o agro no Senado com a mesma firmeza com que Jair Bolsonaro o fez na Presidência.
A presença de Carlos Bolsonaro em um desses estados representaria um gesto de grandeza e estratégia, levando o nome e a força do conservadorismo para regiões que realmente precisam desse impulso.
Em Roraima, por exemplo, ainda há espaço para resgatar o PL das mãos (ocultas) de Romero Jucá e consolidar o partido sob a bandeira do bolsonarismo.
No Amapá, Randolfe Rodrigues e Davi Alcolumbre seguem praticamente sem oposição de peso — um terreno fértil para uma vitória conservadora inédita.
Conclusão: mais que uma candidatura, uma missão nacional
A direita precisa pensar com visão de Brasil, não apenas de estado. Carlos Bolsonaro tem carisma, reconhecimento e base nacional para transformar o cenário político em estados onde o conservadorismo ainda busca voz.
Sua ida para uma dessas regiões não significaria apenas uma candidatura, mas um movimento estratégico de expansão da direita e fortalecimento do agro e dos valores cristãos no Congresso Nacional.
O Brasil precisa de líderes que somem — não que dividam. E o caminho para essa vitória passa por enxergar além das fronteiras estaduais, com o olhar voltado para o país que ainda quer ser livre, produtivo e conservador. 🇧🇷💪
Jeferson Rocha
Advogado, produtor rural e Diretor Jurídico da Andaterra (Associação Nacional de Defesa dos Agricultores, Pecuaristas e Produtores da Terra)