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CCJ aprova projeto que impede reconstituição de leite em pó importado

Comissão de Constituição e Justiça aprova PL que proíbe reconstituição de leite em pó importado em SC para proteger produtores e a segurança do consumidor

FOTO: Jeferson Baldo/Agência AL

 

A proibição da produção e comercialização de leite reconstituído foi assunto de debates na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), em reunião na manhã desta terça-feira (18).

O assunto ganhou corpo com a apresentação de relatório favorável à tramitação do projeto de lei (PL) 759/2025, do deputado Oscar Gutz (PL), que pretende impedir a reconstituição do leite em pó importado em laticínios do Estado.

O relatório favorável à proposta, apresentado pelo deputado Alex Brasil (PL), teve aprovação unânime, e também o pedido de apensamento ao projeto de outra proposta correlata, apresentada pelo deputado Altair Silva (PP), por meio do PL 768/2025.

A iniciativa pretende proteger a produção leiteira local e a segurança do consumidor. Oscar Gutz justifica que a reconstituição com leite importado desestimula a produção catarinense, comprometendo a renda dos produtores rurais e ameaçando a sustentabilidade da atividade leiteira, além de ferir a transparência na informação ao consumidor sobre a origem do produto.

O descumprimento da lei sujeita o infrator a penalidades como apreensão do lote, multa e até suspensão temporária ou cassação da Inscrição Estadual. A fiscalização será de competência da Cidasc em conjunto com os órgãos de defesa do consumidor, e os recursos arrecadados com as multas serão destinados ao Fundo Estadual de Desenvolvimento Rural (FDR).

Alex Brasil entende que, com a crise do setor leiteiro, “quem está sofrendo é o pequeno produtor”, e avalia que a cadeia produtiva está ameaçada. “É preciso combater o mal feito pelo governo federal”, disse, referindo-se à licença para compra de leite em pó importado, segundo ele com produção subsidiada em outros países, como a Argentina. O relator recebeu manifestação de apoio do deputado Volnei Weber (MDB).

Contrapontos ao PL

Já o deputado Fabiano da Luz (PT) apresentou contraponto, alegando que foi o governo anterior que liberou importações de leite em pó, e disse que a reconstituição, em Santa Catarina, responde por apenas 3% do volume consumido, “especialmente por indústrias que produzem sorvete”.

Segundo o parlamentar, a crise do leite é cíclica e envolve excesso de produção. “A indústria está com estoque abarrotado, e não se consegue ampliar o consumo”. Fabiano atribui a causa ao preço de comercialização nos supermercados e ao custo da embalagem. Ele sugere o estímulo à venda do leite ensacado e lembrou que o Estado aprovou, há alguns anos, lei que prevê a distribuição de leite à famílias carentes.

O deputado Mauro De Nadal (MDB) também criticou o custo da embalagem em caixa e disse que a saída para a crise pode ser a abertura de mercado externo com a qualificação do leite catarinense. Por isso, destacou a necessidade da entrada em funcionamento do laboratório do leite em implantação no município de Pinhalzinho, com recursos da Bancada do Oeste.

Os projetos, agora, seguem para as comissões de FinançasDireitos do Consumidor e do Contribuinte e de Legislação ParticipativaEconomia, Ciência, Tecnologia e Inovação; e Agricultura e Desenvolvimento Rural.

Outras Matérias Aprovadas na CCJ

Comarca de Pinhalzinho
A CCJ também aprovou o projeto de lei complementar (PLC) 27/2025, de autoria do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que visa elevar a entrância da Promotoria de Justiça e do respectivo cargo de Promotor de Justiça da Comarca de Pinhalzinho, passando de entrância inicial para final.

A alteração é justificada pela crescente demanda processual que motivou o Poder Judiciário a criar um cargo de Juiz de Direito de entrância final para a 2ª Vara da Comarca. A elevação da entrância da Promotoria está condicionada à edição de ato do Tribunal de Justiça.

O relatório favorável foi apresentado pelo deputado Fabiano da Luz, com aprovação unânime. A matéria deve ser votada ainda esta semana em plenário.

Cadastro de Doenças Raras
Mauro De Nadal apresentou parecer favorável ao PL 699/2025, da deputada Ana Campagnolo (PL), que institui o Cadastro Estadual de Pacientes com Doenças Raras.

A criação do cadastro é considerada fundamental porque atualmente não existe um banco de dados unificado, o que dificulta o planejamento de políticas públicas, a alocação de recursos e o acesso a medicamentos, terapias e exames adequados.

Patrimônio Imaterial
Nadal também encaminhou a aprovação conjunta de três projetos, que declaram AvaíFigueirense e Chapecoense como integrantes do Patrimônio Cultural Imaterial de Santa Catarina. Os clubes da Capital foram incluídos por iniciativas do deputado Mário Motta (PSD), e a Chapecoense por proposta de Altair Silva (PP).

Dia Estadual do CAC
Também foi aprovado o PL 482/2025, de autoria do deputado Sargento Lima (PL), que institui o Dia Estadual do CAC, celebrado em 9 de julho. O relator Alex Brasil encaminhou a defesa do projeto, aprovado por maioria.


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