Coluna do dia

Clima pesado entre PMDB e PT

Clima pesado entre PMDB e PT

O anúncio do vice-presidente Michel Temer, de que o seu partido, o PMDB, vai ter candidato próprio a presidente, faltando ainda três anos e três meses para o próximo pleito, tem dois objetivos principais: descolar da imagem desgastada do PT e mandar um recado claro ao Palácio do Planalto, acusado pelos peemedebistas de incentivar investigações  e ações contra figuras nacionais do partido.

Não por acaso, no dia seguinte ao anúncio, feito no dia 15, número da legenda, Eduardo Cunha, presidente da Câmara, passou a frequentar o noticiário sob novas e variadas denúncias. O próximo alvo, comenta-se nos bastidores, será  Renan Calheiros, presidente do Senado e do Congresso Nacional, um grande colecionador de denúncias e processos.

O movimento do PMDB coincide com a fala do próprio Eduardo Cunha, alertando o Planalto para o endurecimento do jogo após o recesso parlamentar. O desfecho da ópera-bufa culminou com o anúncio,  na sexta-feira, de “rompimento “ dele, Eduardo Cunha, com o governo. Trata-se de uma posição pessoal de Eduardo Cunha, como frisou a direção nacional do PMDB. Mas é de conhecimento público que o carioca tem forte ascendência sobre a bancada peemedebista na Câmara. O PT e o governo mexeram com um homem-bomba. O segundo semestre promete.

 

 

Lá como cá

Em Santa Catarina, o PMDB também sinaliza que não aceitará seguir a reboque de outra partido, no caso, o PSD. A insatisfação foi manifestada antes mesmo de a dupla Colombo/Pinho Moreira tomar posse para o segundo mandato. Por aqui, contudo, o jogo ainda não está tão duro como em Brasília.

 

 

Tiro no pé

Repercutindo muito mal em Joinville a terceira troca na Secretaria de Saúde em menos de três anos do governo Udo Döhler (PMDB). Desta vez, ele nomeou uma procuradora do município (alguém que não tem qualquer ligação com a área) que, coincidentemente, vem a ser irmã da promotora que fez denúncias na Saúde e que pediu o afastamento da antecessora da irmã. A oposição agradece ao prefeito.

 

 

Passou no teste

Embora com alguma polêmica verbal, o projeto de fusão das duas agências reguladoras do Estado (Agesan e Agesc) foi aprovado pela Assembleia sem maiores problemas. Foi o primeiro teste para a reforma fatiada que Raimundo Colombo pretende promover na máquina. Na volta do segundo semestre, os parlamentares vão analisar a proposta que extingue as SDR’s, transformando-as em agências de desenvolvimento, fulminando com 367 cargos. Esta, sem duvida, vai exigir bem mais esforço do Centro Administrativo.

 

 

O cardeal

Valter Cardeal, uma das poucas figuras da República que entra no gabinete da presidente Dilma sem ser anunciado, acompanhou in loco a reunião extraordinária do Conselho da Eletrosul que elegeu Djalma Berger presidente da empresa na quinta-feira. Cardeal é quem pilota o Conselho (e diretor da Eeltrobrás), além de ser da mais estrita confiança da presidente da República. Ele também estrelou nas páginas da edição mais recente da revista Veja, pois é suspeito de ter recebido propina para a campanha da chefe no ano passado.

 

 

Chegou nele

A Procuradoria do Distrito Federal abriu processo investigatório formal em cima de Lula da Silva. Ele é suspeito de tráfico internacional de influência em favor da notória empreiteira Odebrecht.

 

E ela?

Dilma Rousseff ainda não é investigada formalmente. Agora, a tese do impeachment tende a ganhar força com a rebelião de Eduardo Cunha.

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