Coluna do dia

Coincidência de datas

Estão valendo, desde segunda-feira, os 15 dias de prazo pra que o presidente da Assembleia Legislativa, Júlio Garcia, responda às duas etapas de denúncias apresentadas contra ele pela Polícia e Ministério Público Federal.
As duas respostas devem chegar às mãos da juíza Janaína Cassol Machado, da primeira Vara Federal da Capital, ali pelo dia 20, 21 de outubro.
Como houve dilatação dos prazos no que diz respeito ao primeiro pedido de impeachment de Moisés da Silva e Daniela Reinehr. A definição do Tribunal Especial sobre o afastamento prévio ou não dos dois por até 180 dias deve ocorrer até o dia 23.
Pode acontecer uma coincidência nas datas, mas já houve a convergência, com a proximidade dos prazos entre a decisão de deputados e desembargadores e o momento em que a juíza federal estará apta a despachar sobre a denúncia contra o presidente da Alesc.

Dimensões continentais
Além desta questão de calendário, o curioso nisso tudo é que a Operação Alcatraz começa a ganhar contornos de uma Lava Jato catarinense. Com dimensão e repercussão nacionais a partir do levantamento do sigilo do processo.

Endereço certo
As investigações compreendem o período entre 2011 e 2017, justamente quando Raimundo Colombo e Eduardo Moreira eram governador e vice, respectivamente.

A delatora
Coluna Radar, da Veja, trouxe detalhes da delação premiada da advogada Michelle Guerra, com várias minúcias. Evidentemente que tudo terá que ser investigado e provado, mas a situação é delicadíssima a esta altura do campeonato. A Operação Alcatraz já tem maior repercussão e interesse do que os próprios pedidos de impeachment contra o governador e a vice.

Mês a mês
A advogada falou em mesadas para Júlio Garcia, Raimundo Colombo e Eduardo Moreira. Os dois últimos negaram veemente e peremptoriamente qualquer envolvimento. A defesa do presidente da Alesc também já havia se manifestado nesta mesma direção na semana passada, invocando operações que não deram em nada para falar em queima de reputações.

Anteontem
Até porque, recentemente, tivemos uma pedalada fiscal de R$ 1 bilhão, com o governo de plantão se apossando de recursos da Celesc. Foi tamanha a manobra, que depois o Executivo teve que enviar projeto de lei à Alesc para parcelar os pagamentos dos percentuais aos quais os demais poderes e as prefeituras de Santa Catarina tinham direito. Uma festa.

Destino: arquivo
Nem assim houve pedido de impeachment. Os 60 que chegaram ao Parlamento Estadual entre 2003 e 2018 não mereceram a menor atenção dos deputados.

Com a palavra
Agora, o futuro do estado está nas mãos dos desembargadores do Tribunal Especial do impeachment. A posição dos deputados deste colegiado já é conhecida.

Tecnicidade
Mais do que nunca, espera-se um posicionamento absolutamente isento e técnico dos magistrados. Que, se entenderem que é necessário o afastamento de Moisés e Daniela, muito que bem. Mas que o contexto político precisa ser levado em consideração, disso não há dúvidas.
Porque, ao fim e ao cabo, Santa Catarina nunca viveu uma situação como essa. É vexaminosa.

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