Blog do Prisco
Destaques Notícias - Lateral

Com déficit de R$ 13,7 bi, governo do Estado mexe na previdência

O Governo do Estado vai enviar à Assembleia Legislativa projeto de lei que prevê a criação de regime de Previdência Complementar para futuros servidores de Santa Catarina. O novo modelo não altera o regime de previdência dos atuais servidores e será válido apenas para novos concursados após o seu funcionamento. O modelo foi desenvolvido em conjunto por técnicos dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, incluindo Tribunal de Contas e Ministério Público, sob a coordenação da Secretaria de Estado da Fazenda.

O objetivo é encontrar alternativas para controlar uma das rubricas que mais cresce e pesa nas contas do Governo do Estado. “Se não implantarmos um novo modelo de financiamento da previdência, o próximo governador de Santa Catarina terá dificuldades para bancar essa conta”, alerta o governador Raimundo Colombo. Ele ressalta que somente novos servidores serão enquadrados na Previdência Complementar.

O novo modelo foi apresentado à imprensa nesta segunda-feira, 28, pelos secretários Antonio Gavazzoni, Nelson Serpa (Casa Civil) e João Matos (Administração). O servidor que ingressar a partir do funcionamento do regime de previdência complementar contribuirá para o IPREV até o teto do INSS (R$ 4.663,75) e terá a opção de contribuir ao novo regime com a parcela que exceder a esse teto, com alíquota de 8%.

Previdência Complementar para novos servidores públicos

Parcela abaixo do teto do INSS (R$4.663,75) – IPREV (11% servidor e 11% Estado)

Salário de Participação (parcela acima do teto do INSS) – SCPREV – Previdência Complementar (8% servidor e 8% Estado)

O modelo trata com isonomia todos os concursados: do juiz ao professor, do médico ao policial. “A grande diferença entre o atual e o novo modelo está na formação de poupança individual do participante, onde o servidor terá pleno controle na acumulação do patrimônio pessoal para a garantia do pagamento de benefício futuro”, afirma o secretário da Fazenda, Antonio Gavazzoni.

gavazzoni plano de previdência

Os servidores que ainda estão na ativa vão continuar vinculados ao Iprev – Instituto de Previdência de Santa Catarina. A Previdência Complementar somente poderá ser oferecida para os servidores que ingressarem no serviço público a partir de seu funcionamento, e não terá qualquer vinculo com o Governo do Estado, como prevê o artigo 40 da Constituição Federal. A instituição terá autonomia administrativa, financeira e gerencial e será mantida pelas próprias receitas.

A previdência complementar é uma tendência no serviço público brasileiro. Além da União, que criou um regime de previdência complementar em 2011, dez estados brasileiros já aprovaram o novo modelo: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Ceará, Bahia, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul e Rondônia. O modelo de previdência complementar também já tem projeto de lei no Pará, em Sergipe e no Distrito Federal e está em estudo em Goiás.

Os estudos em torno do novo modelo iniciaram em maio. O grupo que desenvolveu a proposta reuniu servidores da Secretaria da Fazenda, Iprev, Administração, Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça, Ministério Público e Tribunal de Contas. O plano segue os mesmos moldes do que foi implantado pelo Governo Federal e baseou mudanças em outros dez Estados. “O projeto é resultado de um longo e minucioso trabalho dos nossos especialistas em matéria previdenciária e dos melhores técnicos, tem qualidade e legitimidade para ser apresentado à sociedade catarinense com a assinatura dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário”, explica o secretário Gavazzoni.

Déficit na previdência – Com receita menor do que a despesa, a Previdência de SC é deficitária. Entre 2006 e 2014, o Governo teve de injetar R$ 13,7 bilhões para cobrir a conta e garantir o pagamento de aposentados e pensionistas, valor que ultrapassou investimentos realizados em Saúde e Educação, por exemplo. Somente em 2014, o déficit foi de R$ 2,6 bilhões. E as previsões não são animadoras. Os cálculos mostram que, em 2020, o rombo pode bater na casa dos R$ 7,8 bilhões.

Fotos: SEF, divulgação

Posts relacionados

Projeto de Lei que amplia liberdade econômica em Santa Catarina vai facilitar abertura de empresas no Estado

Redação

Governo de Santa Catarina lança edital para construção da Barragem de Botuverá

Redação

Esquerdopata enxovalha SC; deputado devolve na moleira

Redação