Manchete

De tirar o fôlego

É de faltar ar, literalmente, o jogo de empurra que segue entre o trio Douglas Borba, Helton Zeferino e Márcia Pauli. Durante a acareação entre eles na CPI dos Respiradores foi mais um festival de acusações mútuas sem que explicassem absolutamente nada. A sessão da comissão foi contraproducente e não eliminiu os pontos de conflito e as inconsistências constantes nos depoimentos deles mesmos anteriormente.

Se um desavisado, um extraterrestre, talvez, fosse convidado a assistir a sessão de terça-feira, que novamente se estendeu até quase a madrugada de quarta, mais parecia um encontro de freiras e padres num convento. A culpa deve ser do mordomo! Ora, caras-pálidas, assim não é possível. Helton Zeferino disse que quem pagou a tal Veigamed foi Márcia Pauli. Ela negou e afirmou que em compras acima de R$ 5 milhões era tudo com ele quando ainda era secretário de Estado da Saúde.

Só milhões

E aí aparece Douglas Borba dizendo que a definição foi da Secretaria da Saúde e que ele não tem nada com isso. Oras, temos fartas, ricas  mesmo, informações sobre a atuação dele por detrás do panos não só em favor desta Veigamed no caso dos respiradores como também no natimorto projeto do Hospital de Campanha de Itajaí (R$ 77 milhões), na compra de equipamentos de proteção individual (R$ 70 milhões) e até mesmo no sentido de aliviar a dívida de uma empresa justamente com a Secretaria de Saúde de Santa Catarina. O valor do débito? R$ 40 milhões, bolada que não foi paga ao erário, de acordo com Zeferino.

Devassa

Vamos aguardar novos depoimentos para se ver se é possível chegar a um denominador comum. Ou se o Gaeco vai encontrar documentos com base nos computadores, celulares, mensagens recolhidas, enfim, para que se estabeleça claramente o papel de cada um nesse esquema. Dentro e fora do governo.

Corrupção deslavada

A atuação tem que ser em duas frentes. No viés administrativo, no que tange à imperícia para resgatar os valores pagos. Um terço já foi recuperado. Na outra ponta, a questão criminal a partir do ilícito, da fraude, da malversação do dinheiro público, da prática de corrupção. Também para que se saiba quem mais estava por trás disso tudo.

Perfis

A CPI tem um contexto mais político e o Gaeco, técnico. Fundamental que os dois caminhem numa direção tal para chegarmos à solução deste episódio que envergonha Santa Catarina perante o Brasil.

Digitais

Embora  a acareação nada tenha produzido de concreto, ficou a convicção, de uma vez por todas, que os três – Doulgas Borba, Helton Zeferino e Márcia Pauli – estão envolvidos de alguma maneira nisso tudo.

Moisés convidado

Os deputados da CPI também aprovaram a inquirição ao governador Moisés da Silva. Na verdade, é um convite, este é o termo correto e não convocação, conforme o que foi aprovado. Cometeram um equívoco. E convidado, o chefe do Executivo pode aceitar ou não. E se não for à CPI, ele pode responder por escrito. Na forma presencial, é o governador quem define o dia, a hora e o local da sessão.

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