Neste domingo, Carlos Bolsonaro acionou a metralhadora giratória contra quatro governadores com nomes colocados para uma eventual disputa presidencial: Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Ratinho Júnior (PSD-PR) e Romeu Zema (Novo-MG).
Zema, que lançou sua pré-candidatura em grande mobilização no sábado, em São Paulo, chegou a admitir que não se trata de um projeto inarredável. O mineiro deixou claro que poderia compor — numa sinalização indireta a Tarcísio — com quem disse manter conversas frequentes.
Curiosamente, Zema também destacou que só entrou no páreo porque Jair Bolsonaro está inelegível, caso contrário, apoiaria o ex-presidente.
Difícil de entender
Mesmo com essa deferência a Bolsonaro, no domingo Carluxo publicou uma postagem — curtida pelo irmão, Eduardo Bolsonaro, nos EUA — em que, sem citar diretamente os governadores, referiu-se a eles como “ratos”.
Baixo nível
Exatamente isso: o 02 chamou quatro governadores de ratos.
Um gesto absolutamente desequilibrado e que só amplia um contexto já desfavorável a Bolsonaro, que além de inelegível e com problemas de saúde, ainda enfrenta prisão domiciliar, cujo julgamento começa no próximo dia 2.
Clima ruim
É evidente que todos estão consternados com a situação vivida pelo ex-presidente. Mas a vida política continua, e os conservadores precisam viabilizar uma candidatura. Sem isso, Lula da Silva tende a continuar avançando.
Aliás, o PT já articula contra Ciro Gomes, que cogita retornar ao PSDB para, nesse vácuo da direita, se lançar candidato contra Lula — a quem o texto chama de “aquele que voltou à cena do crime”.
Bomba-relógio
Está armada a confusão. O imbróglio ganha maior potencial com a manifestação de Carluxo, sem cabimento algum, completamente fora de contexto. Essa é a grande verdade.
Contaminação
É esse Carlos Bolsonaro que está se transferindo para Santa Catarina. A preocupação não é apenas com o fato de ocupar uma vaga, mas com o risco de tornar ainda mais radical e sectário o ambiente político nacional a partir de sua pré-candidatura pelo estado.
No brete
Naturalmente, isso não interessa ao governador Jorginho Mello, que tem a reeleição bem encaminhada. Mais cedo ou mais tarde, terá que lidar com o risco de ter, na sua chapa ou coligação, alguém que provoca confusão nacional em plena disputa presidencial.
Destempero
Vamos acompanhar o desenrolar dos fatos, mas a manifestação de Carlos Bolsonaro foi absolutamente desarrazoada, sem equilíbrio e sem bom senso.
A família Bolsonaro deixa claro, mais uma vez, como costuma fazer política. Essa é a realidade.