A Diamante Energia, a Núcleo Brasil Energia – NBEPar (empresa criada em 2024 para estruturar o setor nuclear do Grupo Diamante) e a Terminus estiveram presentes na World Nuclear Exhibition (WNE 2025), principal exposição mundial sobre energia nuclear civil, realizada em Paris, França, de 4 a 6 de setembro.
No evento, foi apresentado o projeto do microrreator nuclear que está sendo desenvolvido pela Terminus, controlada da Núcleo Brasil Energia Participações. O microrreator é um reator nuclear compacto e modular, projetado para gerar energia de forma mais segura, flexível e com menor custo que as usinas nucleares tradicionais.
A WNE reúne a rede mais abrangente de fornecedores e prestadores de serviços de primeira linha em todo o setor nuclear mundial, da geração de energia a aplicações em outros mercados, como medicina, agricultura, meio ambiente e setor espacial. Este ano, o evento recebeu 25 mil participantes e cerca de 1 mil expositores de 80 países e sediou 9 mil reuniões de negócios.
Pela primeira vez, a delegação brasileira ocupou um estande, no qual mostrou projetos que estão sendo desenvolvidos no País para o uso pacífico e sustentável da energia nuclear. Diamante Energia, INB – Indústrias Nucleares do Brasil, Amazul – Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. e Atech Negócios em Tecnologia – empresa do grupo Embraer integraram o estande -, sob a coordenação da ABDAN – Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares.
A delegação brasileira manteve encontros com instituições e visitou o estande de empresas de diversos países.

Saiba mais sobre o projeto para desenvolvimento de tecnologias para microrreatores nucleares
O projeto, cujas primeiras unidades com potência de 5 MW contidas em um container de 40 pés selado têm previsão de entrarem em operação entre oito e dez anos, será executado no Instituto de Energia Nuclear (IEN), no Rio de Janeiro, e no campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte.
Projeto inédito
O uso de microrreatores nucleares para geração distribuída de energia elétrica e/ou para estabilização de microrredes que tenham fontes renováveis de geração de energia elétrica, por si só, é uma inovação tecnológica.
Pela primeira vez, um Projeto Finep irá agregar tantas (9) instituições científicas, tecnológicas e de inovação (ICTs) de 3 regiões do Brasil (NE, SE e S), para o desenvolvimento de um projeto de tecnologia de ponta no mundo. O projeto contempla a fabricação de novas ligas usando materiais estratégicos e abundantes no Brasil, como o Urânio, Berílio e Nióbio, e o estado da arte em técnicas de fabricação por manufatura aditiva.
Além disso, a iniciativa prevê o desenvolvimento da cadeia de suprimento, que permitirá que o MRN brasileiro seja competitivo, e que promoverá um grande efeito multiplicador de projetos dessa natureza nas universidades e indústrias.
Capacitação técnica, industrial e segurança nuclear
Atualmente, o Brasil possui competência científica e tecnológica, bem como capacidade industrial para projetar, fabricar e operar MRNs. Além disso, o país detém um arcabouço normativo bastante robusto para licenciamento nuclear de instalações nucleares. Para a obtenção de licença da Autoridade Nuclear, para novas instalações, de qualquer porte, existem demonstrações de segurança importantes, sem as quais não se pode obter tal licença.
Durante a execução do projeto, diversos experimentos e relatórios técnicos serão produzidos, apresentados e discutidos com a Autoridade Nuclear com o objetivo de demonstrar a viabilidade técnica e a segurança dos MRNs.
Abastecimento seguro e sustentável de regiões remotas e pequenos municípios
O Projeto Finep realizará estudos sobre a utilização de MRNs em municípios com menos de 20.000 habitantes no Brasil. Isso corresponde a 68% dos municípios brasileiros, somando cerca de 30 milhões de habitantes, de forma a demonstrar que eles são uma opção segura, sustentável e de baixo impacto socioambiental para uma transição energética justa.





