Fundação Celesc promove live com consultora em estatística, que aponta cenário de incertezas com aumento dos custos médicos
Os impactos financeiros da covid-19 sobre os custos dos planos de saúde foi tema de live da Fundação Celesc de Seguridade Social (CELOS) na noite desta quarta-feira, 3/6. As premissas utilizadas para garantir a viabilidade também foram destacadas pelo diretor de seguridade e assistencial, Paulo César Silveira, e a gerente assistencial, Regiane Maria Farias. A convidada da rodada foi a atuária e consultora em estatística Tatiana Xavier Gouvêa, da empresa mineira Rodarte Nogueira, responsável pelos estudos de reajuste das contribuições mensais do Plano Celos Saúde.
De maneira didática, Tatiana explicou as normas de regulação da ANS para reajuste de planos de saúde no Brasil, como são feitos os estudos atuariais e como se aplicam os reajustes. Avaliando o atual cenário de pandemia, destacou que a inclusão da obrigatoriedade do custeio do exame da covid-19 em nível ambulatorial e hospitalar e, especialmente, o custo com internações em UTI são fatores novos que impactarão nos reajustes em todo o país. “Outro fator que impacta diretamente no reajuste dos planos de saúde é o fator mercado, mais especificamente a variação cambial, devido à grande quantidade de materiais hospitalares e medicações que são importados”, pontuou.
Questionada se não está havendo uma menor procura e consequentemente menor gasto por parte das operadoras, uma vez que as pessoas estão evitando sair de casa inclusive para exames rotineiros, Tatiana ponderou apontando para um cenário de incertezas. “Observa-se agora, sim, uma baixa na procura por pronto socorro e exames rotineiros diante do isolamento. Porém, não se sabe qual será a incidência da covid-19 na população e qual será o impacto disso com internações e tratamentos no futuro. Ainda, essa alta do dólar impacta em custos mais elevados com materiais”. Ou seja, pode estar havendo menor custo agora, mas também pode ocorrer um aumento muito maior do que o habitual em um futuro breve.
Outro participante perguntou se, mesmo diante do cenário de empobrecimento da população com a pandemia, é preciso fazer reajustes em planos de saúde. Tatiana ponderou que os reajustes são inevitáveis, para que se mantenha a viabilidade dos planos e, principalmente, para manutenção do padrão de atendimento em saúde, tendo em vista os altos custos de exames e medicações.
Como exemplo, a atuária destacou a mudança do perfil etário dos participantes do Plano Celos Saúde. “Ao longo dos anos, o perfil etário está ficando mais envelhecido. Com isso, há maior incidência de doenças crônicas e câncer, por exemplo, havendo aumento no número de consultas e de tratamentos específicos, que têm maior custo. Isso precisa ser considerado”, explicou Tatiana. Salientou, ainda, que atualmente 61,5% dos beneficiários do Plano Celos Saúde têm 49 anos ou mais, enquanto que, em nível nacional, esse índice é de apenas 26,1%.
Entre as diversas dúvidas esclarecidas, destaca-se ainda o porquê de o reajuste dos planos de saúde não ser o mesmo índice aplicado no reajuste dos salários. “O custo assistencial não tem relação apenas com a inflação do mercado. No caso dos planos de saúde envolvem-se outros fatores, como aumento dos custos com a modernização da tecnologia aplicada na saúde e o envelhecimento do perfil dos usuários”, explicou Tatiana. “Agora foi necessário aplicar um reajuste superior à inflação, mas também já aconteceu reajuste inferior”, completou. Anualmente, no mês de maio, acontece o reajuste na contribuição mensal do Plano Celos Saúde. Neste ano, o percentual foi de 11,34%, para vigência de 1/5/2020 a 30/4/2021.
O diretor de seguridade e assistencial da CELOS, Paulo César Silveira, destacou que o objetivo da live desta quarta-feira foi justamente explicar a todos que fazem parte do Plano Celos Saúde como foi definido o percentual do atual reajuste. “Todos os dados estão disponíveis no site da CELOS (www.celos.com.br), inclusive com link para o estudo completo. É importante que se busque essa informação e se entenda como é feito esse cálculo”, salientou. “Embora tenhamos um plano com os custos mais baixos do mercado e com alta qualidade em atendimento, sabemos da situação de empobrecimento da população. Por isso, é importante repassar as informações com total transparência”, destaca o diretor da Fundação Celesc. “Aproveito para destacar que são pouquíssimas as operadoras que me convidam para explicar como é feito o cálculo de reajuste e que publicam todo o estudo em seu portal”, observou a atuária Tatiana.
Gerente assistencial da CELOS, Regiane salienta que os canais de comunicação da fundação estão sempre abertos e que a série de lives realizadas vem para ampliar a transparência e facilitar a comunicação diante do distanciamento social. Ainda, destaca que a live “Planos de Saúde e os impactos financeiros num cenário de pandemia” foi gravada e está disponível no canal TV CELOS no YouTube.
