Blog do Prisco
Manchete

Esperidião perde a mão ao elogiar Eduardo Bolsonaro

O senador Esperidião Amin perdeu uma excelente oportunidade de ficar em silêncio. Ao sair em defesa e ainda elogiar Eduardo Bolsonaro, acabou criando um problema político onde não havia.

É verdade que Eduardo Bolsonaro tem feito um papel de divulgar, no exterior, a narrativa de perseguição, autoritarismo e arbítrio que domina o cenário político brasileiro. Até aí, nenhum problema. Mas daí a Esperidião sair em defesa do deputado, como se ele fosse um embaixador do Brasil ou dos Estados Unidos, é forçar demais a barra.
Eduardo Bolsonaro não tem cargo no Executivo, não fala oficialmente pelo governo brasileiro, nem pela oposição. Muito menos representa qualquer governo estrangeiro. Age por conta própria – e com um grau de atrapalho considerável.

O fato é que o filho do ex-presidente, nesta condição, não passa de uma “besta quadrada” – como muita gente definiu – que se mete em temas sensíveis sem medir as consequências. E, mesmo depois de desdenhar da comitiva de senadores brasileiros nos Estados Unidos, dizendo que eles estavam perdendo tempo, que ninguém iria recebê-los, Esperidião resolveu dar-lhe palanque. Menos, né?

A fala de Esperidião caiu muito mal em Brasília e em Santa Catarina. Passou a impressão de que o senador está tentando criar algum tipo de conexão com Bolsonaro, talvez imaginando obter apoio para viabilizar sua própria candidatura ao Senado em 2026, em uma composição com Jorginho Mello.

Foi mais um movimento político desnecessário de quem, muitas vezes, prefere falar quando deveria apenas observar.