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Ex-presidente defende menos União e mais recursos para estados e municípios

O ex-presidente Michel Temer fez uma passagem meteórica por Santa Catarina. Na terça-feira, foi a grande estrela de um evento que debateu o futuro das cidades.
O emedebista relembrou que, durante seu mandato, em 2016, em meio à crise fiscal herdada da antecessora Dilma Rousseff, destinou R$ 2 bilhões, via Fundo de Participação dos Municípios (FPM), aos gestores locais, justamente para enfrentar a difícil realidade econômico-financeira e ajudar no fechamento das contas públicas.
Temer é defensor do chamado pacto federativo, ou seja, da descentralização dos recursos arrecadados pela União, com maior repasse para estados e, principalmente, municípios, onde efetivamente a vida das pessoas acontece.

Reforma partidária

Durante sua palestra, também defendeu a necessidade urgente de uma ampla reorganização partidária.
“É impraticável um país com 30, 35, 40 partidos. Torna-se ingovernável”, pontuou o ex-presidente.
Segundo ele, esse excesso de legendas engessa o governo federal, impedindo que o presidente da República tenha liberdade para governar sem ser refém de negociações fragmentadas com dezenas de líderes partidários.

Farra das emendas

Temer também criticou o volume de emendas parlamentares. Em 2023, deputados federais e senadores destinaram R$ 50 bilhões por meio desse instrumento — que, na prática, tornou-se uma moeda de troca política.
Na visão do ex-presidente, só o enxugamento partidário pode devolver a governabilidade real ao Executivo.

Redução drástica

Para ele, o número ideal seria algo em torno de quatro ou cinco federações partidárias. E nada além disso.
Ex-presidente nacional do MDB por dez anos, Temer sustenta essa tese internamente no partido, hoje presidido por Baleia Rossi, deputado federal por São Paulo e nome escolhido por ele para liderar a legenda.

MDB com os Republicanos

Michel Temer é um entusiasta da federação entre MDB e Republicanos, como forma de contribuir para o processo de redução do número de partidos e, ao mesmo tempo, fortalecer um projeto político mais coeso para 2026.
Essa articulação, porém, já mira o cenário eleitoral nacional: existe a expectativa de que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) seja lançado candidato à Presidência da República, com o apoio do MDB.
Temer, vale lembrar, não quer ver o MDB aliado a Lula da Silva. O petista, inclusive, tem atacado o ex-presidente, atribuindo-lhe a principal responsabilidade pelo impeachment de Dilma Rousseff.

O MDB dividido

Hoje, no MDB, restam apenas três frentes que ainda mantêm alinhamento com Lula: Simone Tebet, ministra do Planejamento — embora sua presença no governo se limite à figura individual; E as tradicionais famílias políticas do Norte e Nordeste: Barbalho, no Pará; Calheiros, em Alagoas. Filhos dos senadores Jader Barbalho e Renan Calheiros ocupam ministérios estratégicos no governo Lula.

O MDB de SC e a base de Jorginho

Neste cenário, é praticamente certa a adesão da maioria do MDB a um projeto conservador para 2026 — como já ocorre em Santa Catarina.
No estado, o MDB integra a base de apoio do governador Jorginho Mello (PL), que também tem o Republicanos como aliado na administração estadual. Ambos os partidos ocupam espaços importantes no governo.

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