O Fórum Catarinense de Dirigentes Cooperativistas, realizado na última sexta-feira no Itá Thermas Resort e Spa, na cidade de Itá, reuniu mais de uma centena de lideranças de todos os ramos do cooperativismo catarinense para refletir sobre os desafios e oportunidades do setor do no cenário nacional. O evento foi coordenado pela Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC) com apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de Santa Catarina (SESCOOP/SC).
O presidente do Sistema OCESC, Vanir Zanatta, destacou que “os presidentes e líderes cooperativistas necessitam, cada vez mais, interpretar os complexos processos sociais, econômicos e tecnológicos que moldam a contemporaneidade”. Nesse sentido, o Fórum cumpre um papel formativo essencial: converte informação em conhecimento e conhecimento em ação. Essa dinâmica assegura que o cooperativismo catarinense continue sendo protagonista das mudanças positivas que a sociedade almeja.
A executiva Claudia Luciane Leite abordou o tema “Sustentabilidade: o que a liderança precisa saber fazer”. Com mais de 25 anos de experiência em estratégia, comunicação corporativa, reputação, sustentabilidade (ESG) e comercial B2C e B2B, Claudia construiu carreira sólida em multinacionais dos segmentos de alimentos, bebidas e varejo de luxo. Sua trajetória é marcada pela defesa de práticas corporativas responsáveis e pela integração entre propósito e performance.
Cláudia realçou que todas as ações humanas têm impacto ambiental. Lembrou que sustentabilidade se tornou uma exigência dos novos tempos, para a qual as organizações devem ter responsabilidade, propósito e estratégia. As políticas de sustentabilidade devem estar ancoradas na agenda ESG (social, governança e ambiental) e, através de um olhar de longo prazo devem representar uma maneira de gerir os negócios. “Esse fenômeno é inescapável, é mundial, está em curso agora”, assinalou. Por isso, é preciso integrar de maneira estratégica o negócio. Alertou para não confundir sustentabilidade com marketing, sensacionalismo, filantropia ou obrigações legais.
Na sequência, o professor global de MBA, escritor e colunista da Band News FM, Gil Giardelli, referência nacional em inovação, sociedade em rede e estudos do futuro, palestrou sobre o tema “Inteligência Artificial: o futuro já começou”, abordou o impacto das novas tecnologias na gestão cooperativa e nas relações humanas. Com passagens por instituições como Stanford University e MIT, e docência em escolas como Insper, Fundação Dom Cabral e PUC-RS, Giardelli expôs uma visão inspiradora sobre como o cooperativismo pode se posicionar na era digital, sem perder sua essência humana e colaborativa e difundiu conceitos ligados à economia criativa, colaboração humana e inteligência artificial.
O professor expôs que a economia da Inteligência Artificial terá, nos próximos dez anos, um impacto muito grande de reconfiguração econômica e política. “O que estamos vendo hoje é uma nova revolução industrial, agora feita de chips e de muita inteligência. Também estamos no limiar do que seria a grande fronteira da supremacia quântica. Se a IA já deixou bagunçado, a computação quântica vai mudar absolutamente tudo”, frisou.
A descoberta das tecnologias quânticas completa cem anos em 2025. Ainda que aplicações práticas estejam em estudo, quando ela virar realidade, o impacto será enorme. “Primeiro que todo o nosso conceito de cibersegurança vai ser colocado de ponta-cabeça, mas, mais do que isso, nós iremos ampliar fronteiras de conhecimento que pareciam impossíveis com os modelos atuais de computadores”, enfatizou.
Giardelli recomenda que, na era da do conhecimento global, é fundamental separar todos os dias um tempo para estudar. “Estudar não apenas para diplomas, para aprender algo que não vai ser aplicado no dia seguinte, mas terá impacto a médio a longo prazo. Mas a maioria de nós está sendo engolida pelo operacional.”






