- Presidente é desaprovado por 50% dos entrevistados (49%, pesquisa de outubro) e aprovado por 47% (48% na pesquisa anterior)
- 67% dos entrevistados aprovam a ação da polícia do Rio e avaliam que não houve exagero na operação nos morros do Alemão e Penha
- Para 73%, organizações criminosas devem ser consideradas terroristas
A 19ª rodada da pesquisa Genial/Quaest de avaliação do governo Lula mostra que a aprovação do presidente interrompeu a recuperação progressiva que mantinha desde maio. A desaprovação oscilou 1 ponto percentual para cima, a aprovação recuou na mesma proporção e a diferença, que era de 1 ponto em outubro, subiu para 3 pontos este mês: 50% desaprovam, 47% aprovam. A recuperação na avaliação das notícias sobre o governo também estagnou: em julho, 22% diziam ter ouvido notícias mais positivas do que negativas, em setembro 27%, em outubro 30% e na pesquisa atual, 29%.
A freada na melhora da avaliação do presidente está ligada à megaoperação policial realizada no dia 28 de outubro no Rio de Janeiro, que tornou obrigatório o tema da segurança pública e refletiu-se no grande crescimento da violência como maior preocupação dos brasileiros. Entre outubro e novembro, essa preocupação subiu de 30% para 38%. Em segundo lugar continuou a economia, com 15%.
A operação nos complexos do Alemão e da Penha é aprovada por 67% dos entrevistados na pesquisa, índice ligeiramente superior aos 64% apurados pela Quaest em pesquisa no RJ, realizada logo após a operação. Para 67%, não houve exagero na força empregada na operação, contra 29% que pensam o contrário.
Aprovação x declarações de Lula
O resultado da pesquisa mostra grande divergência com declarações recentes do presidente Lula. 81% discordam que traficantes sejam “vítimas dos usuários”. Entre lulistas, 66% discordam do presidente, na esquerda não-lulista 78% e entre independentes, 81%. Na opinião de 51%, a fala reflete uma opinião sincera, e não um mal-entendido, como pensam 39%.
Sobre a ação no RJ, classificada como “desastrosa” como ação do Estado, 57% discordam e 38% concordam.
Avaliação sobre segurança
A avaliação do governo federal na esfera da segurança pública é vista como regular por 36% (32% em março), negativa para 34% (contra 38% em março) e positiva para 26% (contra 25%). Os governos estaduais têm 70% de avaliação entre positiva (35%) e regular (35%), e 27% de avaliação negativa.
Combate ao crime organizado
Para 73%, organizações criminosas deveriam ser consideradas como terroristas. Medidas duras têm alto índice de aprovação. 88% são a favor do aumento da pena para homicídios cometidos a mando de organizações criminosas; 65% apoiam a retirada do direito de visita íntima a membros de facções nas prisões; a PEC da Segurança é aprovada por 60%. A transferência da responsabilidade da segurança púlbica ao governo federal é aprovada por 52% e, na mão contrária, 46% defendem que cada estado tenha legislação própria sobre segurança pública. A facilitação da compra e do acesso a armas de fogo, por sua vez, é reprovada por 70%.
A principal medida para reduzir a violência, apontada por 46%, inclui leis mais rígidas, penas maiores e a Justiça não soltar criminosos. Essa bateria de providências tem apoio de 39% dos lulistas, 31% dos que se dizem de esquerda porém não lulistas, 41% dos independentes, 53% dos de direita não bolsonarista e 58% dos bolsonaristas.
Em segundo lugar vem o conjunto formado por mais educação, oportunidades e medidas sociais, apontado por 27%. Entre lulistas, a aprovação a esse conjunto é de 29%. Mais policiamento (11%), ações duras contra facções (9%) e investimento em inteligência e tecnologia são outras medidas citadas.
Claudio Castro é destaque no consórcio de governadores
A união de governadores de direita, anunciada para combater o crime e reduzir a violência, divide fortemente as opiniões: 47% acham que é mais uma ação política e 46% avaliam que pode ajudar a reduzir a violência.
Entre os integrantes do consórcio, o destaque é Claudio Castro (RJ), apontado por 24% como o que se saiu melhor até aqui. Em segundo lugar vem Tarcísio de Freitas (SP) com 13%. Ronaldo Caiado (GO) aparece em terceiro, com 11%; Romeu Zema (MG) tem 5%, Jorginho Mello (SC) com 3%, Celina Leão (DF) e Eduardo Riedel (MS) têm 2%. Nenhum deles foi a resposta espontânea de 9% e 31% não souberam, ou não responderam.
Trump x Lula
A pesquisa dedicou um bloco à avaliação do encontro entre Lula e Trump, no dia 26 de outubro, e constatou que o assunto foi de amplo conhecimento: 65% já sabiam, e 34% ficaram sabendo na entrevista. Após o encontro, o presidente saiu mais forte para 45% e mais fraco para 30%. Em resposta espontânea, 10% avaliaram que saiu igual, enquanto 15% não sabem, ou não responderam. Para 51%, os presidentes vão chegar a um acordo para reduzir as tarifas, e para 39% isso não vai acontecer.
Economia
As avaliações sobre o desempenho da economia permaneceram estáveis em relação a outubro, tanto quanto ao preço dos alimentos (58% dizem que subiu, contra 63%), emprego (50% consideram mais difícil, contra 49%, e 39% consideram mais fácil, contra 42%).
Como nas pesquisas anteriores, a expectativa para os próximos 12 meses é de que a economia vai melhorar. No entanto, 58% consideram que o Brasil está indo na direção errada, índice que era de 50% em janeiro deste ano.
A pesquisa foi realizada entre os dias 6 e 9 de novembro. Foram 2.004 entrevistas presenciais com brasileiros de 16 anos ou mais. A margem de erro estimada é de 2 pontos percentuais. As margens por grupo sociodemográfico estão informadas na página 2 do relatório.





