Decisão foi comemorada pela ACATMAR, que atua há anos buscando virar a cidade de frente para o mar
A Justiça Federal de Florianópolis autorizou nesta sexta-feira (13) a continuidade do processo de licenciamento do Parque Marina Beira-Mar Norte, um dos projetos mais aguardados para o desenvolvimento náutico e turístico da Capital catarinense. A decisão foi tomada durante audiência conduzida pelo juiz federal Marcelo Krás Borges, com participação do Ministério Público Federal, na pessoa do procurador-chefe Dr. Walmor Alves Moreira, Prefeitura de Florianópolis, entidades da sociedade civil e representantes do setor náutico.
Entre as instituições com atuação destacada no processo está a Associação Náutica Brasileira (ACATMAR), que há anos participa ativamente das discussões técnicas relacionadas ao empreendimento. A entidade levou à audiência outra visão desmistificando tantos argumentos contrários a este importante desenvolvimento.
*“Essa decisão marca um avanço importante e chancela o trabalho técnico e transparente que temos realizado ao longo dos anos”, destacou Leandro ‘Mané’ Ferrari, presidente da ACATMAR, que apresentou um posicionamento técnico, com conhecimento e prática, de como é possível promover a conservação ambiental dos oceanos durante a audiência.
Ferrari também reforçou que, ao longo dos anos, muitos dos questionamentos socioambientais que cercaram o projeto foram enfrentados com dados e ações concretas: “Há tempos a ACATMAR vem desmistificando a visão de que a atividade náutica é agressora do meio ambiente. Defendemos e comprovamos pelo mundo que Marina não é lazer. É uma economia e vem se qualificando ao longo dos anos no âmbito socioambiental, como é o caso da Bandeira Azul, na qual a Associação é juri nacional e, durante esses anos, ajudou a fomentar a certificação. E hoje SC é o estado com mais bandeiras no Brasil, refletindo o compromisso da responsabilidade das marinas com os critérios ambientais.”*
O presidente da ACATMAR reforça, utilizando o projeto Limpeza dos Mares, que o lixo retirado do fundo do mar não é consequência da navegação: “Pelo contrário: o setor náutico é uma economia em constante qualificação, capaz de gerar emprego e renda. Cada embarcação é responsável, em média, por quatro empregos diretos e até oito indiretos. Florianópolis hoje tem sua economia do mar reprimida. Marina não é coisa de rico, é geração de oportunidade e inclusão social — hoje, muitos filhos de pescadores estão empregados como marinheiros e profissionais qualificados no setor.”
Com o acordo firmado, o Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) dará sequência às etapas de análise e licenciamento, com acompanhamento do Ministério Público Federal. O projeto da Marina Beira-Mar Norte tramita há mais de uma década e é visto como estratégico para o desenvolvimento econômico da cidade, conciliando crescimento do setor náutico com preservação ambiental.